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Na contramão de Lula
Reeleita com quase 72% dos votos para presidir o PT por mais quatro anos (uma temeridade), a deputada Gleisi Hoffmann (PR) deixou entreaberta a porta que o ex-presidente Lula fechara nos discursos que fez desde que foi solto depois de 580 dias preso.
No documento final do 7º Congresso do PT realizado no fim de semana em São Paulo, foi acrescentada uma emenda que diz assim:
“A partir da evolução das condições sociais e percepção pública sobre o caráter do governo e da correlação de forças, a direção nacional do partido, atualizando a tática para enfrentar o projeto do governo Bolsonaro, poderá exigir a sua saída”.
Gleisi parece ter mudado de opinião a respeito do impeachment de Bolsonaro. Porque em março último, quando ouviu rumores de que se cogitava derrubar Bolsonaro para pôr em seu lugar o vice-presidente Hamilton Mourão, ela foi contra. E atacou:
– A cultura golpista é intrínseca à classe dominante brasileira. Impressionante!
Em 1992, o PT pediu e levou o impeachment do então presidente Fernando Collor. No segundo governo de Fernando Henrique Cardoso, pediu, mas não levou o impeachment dele. Adversários do PT conseguiram em 2016 o impeachment de Dilma.
Haddad, o candidato de Lula a prefeito de São Paulo
Ele não quer, mas...
Em conversa com um grupo de amigos há poucos dias, o ex-presidente Lula deixou muito claro o que pensa sobre a próxima eleição para prefeito de São Paulo. E todos concordaram com ele.
Lula estimulou o deputado Alexandre Padilha (PT-SP) a se candidatar – Padilha não quer. Avisou à ex-prefeita Marta Suplicy que ela poderá ser a candidata se voltar ao partido.
Marta respondeu que seu projeto é fazer Lula presidente da República de novo. Até porque sabe que o ambiente dentro do PT não é favorável a ela, para dizer o mínimo.
Se nenhum desses nomes, ou outro que surja espontaneamente até o fim do ano, mostrar-se competitivo, Lula já tem uma solução, e a revelou bem ao seu modo:
– Vai sobrar para o rabo de Haddad.
O ex-prefeito Fernando Haddad teima em não se candidatar a prefeito. Continua de olho na candidatura a presidente em 2022 se Lula não recuperar até lá seus direitos políticos.
Mas, no PT, ninguém acredita que ele poderá dizer não a Lula se o partido não encontrar outro nome com chances de disputar e de vencer a eleição para prefeito da capital paulista.
No Rio, o PT apoiará para prefeito o deputado Marcelo Freixo (PSOL). Em Porto Alegre, Manuela D’Ávila (PC do B). No Recife, acabará apoiando João Campos (PSB).
No seu berço, São Paulo, seria impensável não ter candidato próprio e forte. Portanto, cuide-se, Haddad!
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