Mineiramente,
Rodrigo Pacheco cobrou a prorrogação do auxílio, organizou um acordo para a
reforma tributária e prometeu rapidez para votar o Orçamento
É
do presidente do Senado, Rodrigo
Pacheco (MG), o protagonismo político da coordenação da pauta
prioritária de projetos nos primeiros dias após as eleições das presidências do
Congresso.
Em
menos de uma semana de eleito, Pacheco bateu na porta do presidente Jair
Bolsonaro e do ministro Paulo Guedes cobrando
a urgência da prorrogação do auxílio emergencial, organizou um acordo para a reforma tributária, defendeu a ampliação urgente da vacinação,
prometeu uma votação rápida do Orçamento,
falou de um “protocolo fiscal” que envolve uma pauta para garantir a “higidez”
da economia e botou em votação a MP 998 do setor elétrico.
Aprovado,
o texto da MP, que vai agora à sanção do presidente, reduz as tarifas de
energia de consumidores que são atendidos por distribuidoras das regiões Norte e Nordeste,
freia o crescimento de subsídios para fontes renováveis e facilita a retomada
das obras da usina nuclear de Angra 3.
Mineiramente, o novo presidente fez uma costura política e evitou o esvaziamento, na largada dos trabalhos legislativos, da comissão mista temporária de reforma tributária, presidida pelo colega, Roberto Rocha, da ala do PSDB que o apoiou na eleição de segunda-feira.
Como
mostrou reportagem do Estadão, a comissão corria o risco de morrer antes
do seu prazo final, em 31 de março, por causa do rescaldo da rixa do presidente
da Câmara, Arthur Lira,
com o relator da reforma, deputado Aguinaldo
Ribeiro, e o autor da proposta, o deputado Baleia Rossi.
Nos
últimos dias, o futuro da reforma tributária foi o assunto mais comentado nos
grupos de zap de empresários e tributaristas que querem entender no que vai dar
a tramitação. A desenvoltura de Pacheco também. Vai durar?
O
cenário ainda é turvo. O tititi é de que seria “surpreendente” Lira deixar
Aguinaldo ser protagonista, com o texto do Baleia. O certo é que não dá para
criar uma comissão mista, analisar duas PECs 45 (Câmara) e 110 (Senado) e no
fim do dia produzir uma simples lei ordinária para a criação da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) com unificação
do PIS e Cofins.
Se
não bastassem os pontos descritos acima, Pacheco avisou que vai analisar o pedido
de abertura de uma CPI para investigar a atuação do governo federal no combate
à pandemia de coronavírus. Foi durante visita à Assembleia Legislativa de
Minas que ele disse que fará uma análise sobre a abertura da CPI com a “maior
ligeireza possível”. A pressão em cima dele é grande. O presidente da Casa tem
a função de ordenar a instalação, desde que cumprido os mandamentos
constitucionais (fato determinado), e analisar os requisitos.
Com
o assunto CPI da covid no ar, “cadiquê” o governo vai “caçar confusão” e bater
de frente com o “mineiro” Pacheco, que nasceu em Rondônia e
cresceu em Minas Gerais? Não precisa nem gastar linha da coluna para
sustentar que seria um completo desastre ter a CPI para atrapalhar os planos do
governo.
Com
o bonde agora andando em velocidade mais acelerada, o carioca Paulo Guedes que,
como Pacheco, passou a infância e juventude em Minas, tratou de sinalizar
depois de encontro com o presidente do Senado que o novo auxílio emergencial
será “mais focalizado”.
Falou
o ministro: “Ao invés de atendermos 64 milhões de pessoas, pode ser a metade
disso”. O seu próximo passo foi acionar nesta sexta-feira o que o ministro
disse que faria, caso a pandemia piorasse, o “protocolo da crise”, para o
enfrentamento do agravamento da pandemia. A primeira medida foi a publicação no
Diário Oficial da União da antecipação do abono salarial.
A
lista ainda vai incluir a antecipação do 13.º para aposentados e pensionistas
do INSS. Ambas medidas são infralegais e não representam custo
adicional para os cofres públicos, uma vez que são antecipações dos pagamentos
já previstos.
Para
ligar o próximo botão, dessa vez do auxílio emergencial, Guedes quer o
protocolo da cláusula da calamidade – uma segurança jurídica. O governo tem o
trunfo da caneta para assinar. Para conceder o auxílio, mesmo que aprovado pelo
Congresso, só o governo tem a prerrogativa de editar um crédito extraordinário
que permite que o gasto para o pagamento do auxílio fique fora do teto de
gastos, sem comprometer ainda mais o Orçamento deste ano.
Guedes já avisou que “não tem gasolina” para dar um auxílio de R$ 300, como querem os parlamentares. Para R$ 200, “talvez tenha”. O trem começou a andar. Na próxima semana, o protagonisno poderá estar com Lira. Ele avisou que colocará em votação o projeto de autonomia do BC. Tem político experiente dizendo que começar com um projeto polêmico vai dar trabalho. Teste de fogo do Centrão.
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