Folha de S. Paulo
Mesmo vadiando mais, governo estraga
vacinação, Orçamento e apanha de hackers
A véspera de Natal e as antevésperas de
outras festas seriam dias para falar de outro assunto ou de meditação. Mas
somos perseguidos pelos demônios, muitos soltos ou definitivamente
desavergonhados desde 2018. Desculpem os maus modos neste dia, em que as
notícias de ruína continuam.
Jair
Bolsonaro tem passado os dias fazendo aquilo de que mais gosta: nada e
vociferando atrocidades, com seu esgar demoníaco e seu riso rábido. Apesar da
laborfobia desavergonhada, é muito eficiente na destruição. Considerem as
realizações de fim de ano.
Greve do funcionalismo.
A elite
da burocracia federal ameaça greve por aumento de salários e por causa
do governo atroz. Não, não é momento de reajustar salários, ainda menos na
elite do funcionalismo, pois o país anda arruinado e os salários médios nos
empregos e trabalhos privados caem. Mas o pior vereador da história do Brasil,
Bolsonaro, arrumou um reajuste
para policiais federais, uma de suas "bases" eleitorais. Esse
favor para amigos detonou a ira dos demais servidores.
Centenas
de funcionários da Receita entregam cargos de chefia. Na Educação, muitos
entregavam cargos por causa do programa de destruição do governo. No Ambiente,
servidores decentes foram calados ou ignorados. Etc. A destruição toma corpo.
Herodes contra a vacina.
Jair Herodes Bolsonaro, seu capacho na Saúde e as falanges do bolsonarismo fazem o que podem para atrasar, desmoralizar e desacreditar a vacinação dos 20,5 milhões de crianças de 5 a 11 anos. Essa indecência ameaça não apenas as vidas e a saúde de meninas e meninos, mas de todos os seus cuidadores, mães, pais, avós, professores etc. Não há urgência, diz o tipo da Saúde. Enquanto isso, há notícias de repiques de Covid pelo país.
Derrota na guerra digital
O bolsonarismo se ocupa de fazer guerra
contra a razão, a decência e a humanidade por meio de redes sociais e outros
instrumentos de conflito digital. Mas, como covardões incompetentes, fogem da
raia ou se fingem de desentendidos quando se trata de coisa séria ou de quem
tem força para subjugá-los. São incapazes de conter a onda de ataques de
hackers contra sites do governo, como na Saúde e nos
Correios, para citar os mais recentes.
Em agosto, militares fizeram aquele
desfile constrangedor de calhambeques fumacentos em Brasília. Foram
saudar a campanha golpista de Bolsonaro, então no "crescendo" da
propaganda contra eleições livres. A segurança nacional vai muito bem, como se
vê. Temos calhambeques, um Bolsonaro a criar atritos com nações amigas,
generais golpistas e uma gente incapaz de lidar com bandos de criminosos que
paralisam a administração federal. Hackers são capazes de colocar o Estado de
joelhos.
Faz quase três semanas, o sistema
de informações de saúde está fora do ar ou prejudicado pelos
terroristas digitais.
Qual vai ser o próximo golpe? Os bandidos
vão conseguir arrebentar, por exemplo, o sistema de finanças do governo? A
negociação de títulos da dívida pública? O tráfego aéreo?
Orçamento secreto, podridão exposta.
O Congresso do centrão, dominado pelos
regentes do desgoverno Bolsonaro, acaba de avacalhar ainda mais o Orçamento
federal, já engordado por calotes (precatórios) e pela revisão picareta do teto
de gastos. Picotaram ainda mais os escassos dinheiros para investimento em
obras de paróquia. Esqueceram de provisões importantes. Etc. Tecnicamente
ignorante, politicamente refém do centrão, o governo de Bolsonaro é incapaz de
dar diretrizes para uma de suas tarefas fundamentais, a elaboração do
Orçamento.
Que na véspera do Natal e das festas de
2022 a gente possa escrever votos de esperança. Em 2021, vamos tentar apenas
esquecer da destruição por uns dias.
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