quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Bruno Boghossian - Presidente versus candidato

Folha de S. Paulo

Desconfiança sobre Auxílio Brasil reflete situação em que o governante atrapalha a propaganda

Só na primeira semana de propaganda eleitoral, a campanha de Jair Bolsonaro mandou veicular 21 vezes em cada emissora de rádio a promessa de manter o Auxílio Brasil em R$ 600 no ano que vem. Foram outras tantas inserções em cada canal de TV e mais três declarações ao vivo no debate do último domingo (28).

A insistência indica que o maior investimento do presidente na disputa pela reeleição parece ter se tornado um problema na etapa atual. Além não ter conseguido extrair ganhos políticos significativos até aqui, ele ainda precisa gastar energia para contornar a desconfiança de parte do eleitorado em relação ao aumento do benefício.

Bolsonaro está diante de uma situação em que o governante atrapalha a propaganda do candidato. Ao longo do mandato, o presidente semeou declarações antipáticas sobre ao auxílio emergencial, vacilou antes de criar um programa permanente e marcou os R$ 600 do Auxílio Brasil com um carimbo eleitoreiro.

A campanha de Bolsonaro se enrolou ainda mais depois que o governo enviou ao Congresso as contas de 2023 com a previsão de um benefício no valor de R$ 405. A ideia é convencer o eleitor de que será possível mudar a proposta até o fim do ano, mas credibilidade é um atributo em falta no comitê do PL.

O Datafolha mostrou que metade dos eleitores "nunca confia" nas declarações do presidente. O índice é maior na população mais pobre, foco do Auxílio Brasil: 58% não acreditam no que ele diz.

A cadeira de presidente costuma pôr em vantagem os candidatos à reeleição, mas Bolsonaro enfrenta o peculiar ônus do poder. A falta de um portfólio de realizações consistentes derruba o valor dos compromissos que ele tenta apresentar agora.

Outro dia, o presidente disse que o dinheiro para os R$ 600 do Auxílio Brasil no próximo ano sairia da venda de estatais. Já Paulo Guedes afirmou que os recursos viriam de uma reforma tributária. As duas medidas estavam no plano de governo da campanha de Bolsonaro em 2018.

3 comentários:

Anônimo disse...

Bolsonaro, como sempre, só mente, mente, mente, mente... Não imitou doentes asfixiados, não atacou ministros do STF, vai manter o auxílio de 600 reais (mas seu DESgoverno não inclui isto no orçamento), ia mudar as faixas do imposto de renda (que permaneceram as mesmas nos anos do seu mandato)... Trump e Bolsonaro = mentiras em série, muitas por dia!

Anônimo disse...

Bolsonaro sempre foi contra o auxílio emergencial e, no início da pandemia, demorou meses para enviar proposta de 200 reais. O Congresso é que decidiu elevar os valores. Agora, às vésperas da eleição, Bolsonaro tenta se mostrar como ardoroso defensor deste auxílio. Canalha mentiroso e fingido!

ADEMAR AMANCIO disse...

MIOmaníaco,mente compulsivamente.