quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Vera Magalhães - Pesquisa não reflete ímpeto político de Bolsonaro na largada do 2º turno

O Globo

Ipec mostra Lula à frente após reorganização de seu time e também dá notícias positivas ao candidato à reeleição

O resultado do primeiro levantamento do Ipec no segundo turno não capta um efeito claro do ímpeto político da campanha de Jair Bolsonaro na largada do segundo turno. Impulsionado pelo resultado obtido nas urnas para si e para os aliados, o presidente obteve nos primeiros dias da nova etapa da disputa apoios relevantes do ponto de vista político.

Os pouco mais de 43% dos votos válidos, acima da margem de erro do que mostravam as sondagens da véspera do pleito, também deram corda ao discurso do presidente e de seus aliados de ataque aos institutos de pesquisa, inclusive com a tentativa de instrumentalizar a Polícia Federal para criminalizar os levantamentos.

O fato é que, a despeito de toda essa movimentação, o que o Ipec mostra é que Lula avançou mais e venceria as eleições se o segundo turno fosse realizado hoje. Em votos válidos, que facilitam a comparação com o último domingo, o petista tem 55%, contra 45% do presidente.

O resultado é o inverso que o próprio Bolsonaro alcançou, nas urnas, ao derrotar o petista Fernando Haddad no segundo turno de 2018: 55,13% a 44,87%.

Depois de dominar o noticiário da segunda e terça-feira em razão de boa dose de perplexidade da campanha do PT com as vitórias de aliados do presidente para o Congresso e para governos e da distância menor entre os dois na eleição presidencial, Bolsonaro assistiu nesta quarta-feira a uma reorganização do time lulista, com o apoio de Simone Tebet ao petista e, mais no fim do dia, os dados do Ipec.

O discurso será de usar os resultados do domingo para tentar desacreditar a pesquisa, que, a despeito dessa estratégia, traz dados positivos para Bolsonaro, como o empate técnico no Sudeste e a melhora da avaliação do governo.

O grande calcanhar de Aquiles do presidente continua sendo a rejeição de 50%. É esse indicador que ele tenta combater ao tentar soar mais moderado nas declarações desde que passou ao segundo turno e ao silenciar sobre qualquer ataque às urnas eletrônicas (que, de resto, seguem a todo vapor no submundo dos grupos e das redes sociais).

No QG lulista, depois do atordoamento com os resultados do domingo, parece ter havido uma injeção de ânimo com o embarque de Tebet e o apoio discreto de Ciro, além de adesões simbólicas, como a de Fernando Henrique.

Mas existe um temor com o risco de ampliação da vantagem de Bolsonaro em São Paulo e no Rio e uma virada em Minas Gerais, o que faz do Sudeste, de novo, o palco principal da disputa nessas pouco menos de quatro semanas até a volta do eleitor às urnas.

 

2 comentários:

ADEMAR AMANCIO disse...

É,o mês será tenso.

Anônimo disse...

O IPEC antigo ibope, cometeu erros tremendos nessas eleições como fez o Ibope na eleição passada sempre a favor dos candidatos de oposição e esquerda
Isso é caso de polícia , nas previsões governo e senado então, barbarizaram
no resultado e os jornalistas continuam divulgando seus resultados
o povo não acredita
vocês são todos não se envergonham de serem tão tendenciosos?