Folha de S. Paulo
Os patriotas presos por envolvimento no 8
de janeiro que o digam
Para usar um termo da gíria entre bandidos,
Bolsonaro é hoje chave de cadeia. Significa pessoa a evitar, que só traz
aborrecimentos e estorvos, e pode causar situações de risco e pôr o comparsa em
condições adversas. Literalmente atrás das grades. Os "patriotas"
envolvidos na intentona de 8 de janeiro, que estão sendo expostos nas redes e
afastados dos empregos, investigados pela PF, presos na Papuda ou na Colmeia e
tendo os bens bloqueados, percebem a essência da expressão.
Não fosse o entendimento do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e do subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, mais bolsonaristas teriam dançado. Ambos negaram pedidos de suspensão da posse de 11 deputados federais acusados de incentivar ou participar dos atos golpistas.
A declaração de Valdemar Costa Neto —de que
propostas de golpe circulavam "direto" no entorno não só do governo
como da candidatura de Bolsonaro— deixou-o numa saia justa com aliados e opositores.
Tirante os fanáticos e os escroques, quem defende o capitão não tem noção do
perigo ou do ridículo. O último caso é o de Valdemar.
A revelação, com imagens chocantes, do
genocídio do povo yanomami não compromete apenas Bolsonaro. A lista de quem deve
explicações sobre a presença de mais de 20 mil garimpeiros dentro da terra
indígena é grande. Nela estão os generais Mourão, Heleno e Pazuello; os
ex-ministros Sergio Moro e Damares Alves; e o governador de Roraima, Antonio
Denarium.
Ao negar a desnutrição dos yanomamis,
minimizar o papel de Bolsonaro no caos registrado na região e defender os
garimpeiros que exigem sexo com mulheres e meninas indígenas em troca de
comida, Denarium está pedindo para ser denunciado ao Tribunal de Haia. Lá, ele
poderá explicar por que usa como sobrenome uma alcunha que remete a dinheiro
quando se chama na verdade Antonio Oliverio Garcia de Almeida.
2 comentários:
Termos da gíria entre bandidos são o vocabulário usual do GENOCIDA!
Denarium se põe no Bolso...
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