Folha de S. Paulo
Chefe do partido milionário, Valdemar acusa
deputados e Bolsonaro
Baseado nas informações de que a estrutura
do PL foi
utilizada para manter Bolsonaro no poder após a eleição de Lula, o Ministério
Público de Contas junto ao TCU pediu a inclusão do partido como réu numa ação
civil que solicita que os envolvidos em atos golpistas sejam condenados a pagar
R$ 100 milhões. Para a maioria dos mortais, é uma fortuna. Para o grupo
chefiado por Valdemar
Costa Neto –que só de fundo para as eleições municipais tem à
disposição R$ 863 milhões–, é troco.
O que se deduz das investigações da Polícia Federal é que o PL se qualifica como um dos eixos do golpe civil-militar que deu com os burros n’água. Um plano que, apesar da febre negacionista que hoje acomete seus articuladores e defensores, poderia sim ter se desfechado, com consequências previsíveis, uma das quais o fechamento do Congresso.
Qualifica-se com distinção, louvor e
exemplos. Na delação, Mauro Cid disse
que Braga Netto –candidato a vice na chapa de Bolsonaro– mandou pedir dinheiro
ao PL para financiar e trazer a Brasília um grupo de kids pretos, como são
chamados os integrantes da tropa de elite do Exército.
Com a mesma sutileza de quem persegue um
homem empunhando uma arma pelas ruas de São Paulo, a deputada Carla Zambelli,
do PL, abordou o ex-comandante da Aeronáutica Baptista Jr.: "O senhor não
pode deixar o Bolsonaro na mão". Deputado eleito pelo PL, Eduardo Pazuello
reuniu-se no Alvorada com o ex-presidente para discutir uma ação militar que
impedisse a posse de Lula.
À PF, Valdemar afirmou que foi pressionado
por deputados (quais?) e por Bolsonaro para ingressar com o pedido que
contestava o resultado da eleição presidencial. Segundo o relatório que ele
contratou ao custo de R$ 1 milhão usando verbas públicas, seu candidato teria
recebido mais votos nas urnas. Como se vê, dinheiro nunca foi problema para o
PL – que bem poderia mudar a sigla para PG.
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