Folha de S. Paulo
Datafolha mostra quadro mais embolado na
decisão das vagas no segundo turno
A eleição de São Paulo volta
a flertar com um cenário de incerteza que pode manter aberta a disputa pela
prefeitura até a hora da votação. A divisão persistente na direita e a campanha
morna na esquerda ampliam a probabilidade de manutenção de um quadro embolado
na decisão das vagas no segundo turno.
A variação positiva de dois pontos
percentuais de Pablo Marçal na
nova pesquisa do Datafolha comprova
a resistência do influenciador. Os números emprestam algum alívio ao candidato
do PRTB,
dado o momento de desgaste acumulado por sua campanha agressiva.
Mais que isso, o quadro derruba a hipótese de que um único candidato de direita seria capaz de provar força e arrastar as fichas desse eleitorado ainda no primeiro turno. Com preferências diversas, esses paulistanos escolheram produtos com embalagens distintas: Marçal e o prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Nunes conseguiu frear uma avalanche de Marçal
entre eleitores de Jair Bolsonaro, mas o ex-coach conquistou a fidelidade dos
mais devotos. Os dois dividem os paulistanos que dizem ter votado no
ex-presidente em 2022. O influenciador, no entanto, tem vantagem entre aqueles
que se declaram bolsonaristas.
A diferença pode parecer sutil, mas indica
que uma parcela relevante do eleitorado da capital paulista não enxerga Nunes e
Marçal como alternativas intercambiáveis. Esse desenho reduz a eficácia de
apelos por um voto útil e adia a possibilidade de mudanças estratégicas de voto
para a cabine de votação.
A indefinição do eleitor na reta final é algo
comum. Cerca de um terço (32%) dos paulistanos dizem que ainda podem mudar de
voto, um índice semelhante ao observado em anos anteriores. É impossível saber
o que cada um deles levará em conta para tomar essa decisão ou continuar no
mesmo lugar.
A trajetória do índice de rejeição a Marçal
volta a se apresentar como decisiva. O ex-coach conseguiu frear a escalada
dessa taxa, mas ainda registra desencorajadores 48%. O problema é que nem os
eleitores de Ricardo Nunes passam um pano para o candidato do PRTB: quase
metade deles diz que não vota em Marçal de jeito nenhum.
Nunes tem a seu favor uma rejeição baixa
(21%) e uma penetração no eleitorado de baixa renda (32%) bem maior do que seus
rivais. Mas a pesquisa traz um aspecto frustrante para o candidato do MDB. Sua
avaliação como prefeito oscilou e voltou para o patamar anterior ao início da
propaganda na TV, o que sugere que o horário eleitoral não teve a potência
esperada.
A estagnação de Guilherme
Boulos (PSOL)
ganha ares de nota de rodapé graças a seu desempenho monótono na campanha.
Numa corrida apertada, o principal trunfo do
deputado é o alto engajamento de seus eleitores: 61% deles afirmam que votam em
Boulos porque ele é o candidato ideal, e 79% dizem estar totalmente decididos.
Se essa lealdade não estiver acompanhada de alguma empolgação, o risco de ficar
fora do segundo turno ainda será baixo, mas não deve ser considerado
desprezível.
2 comentários:
Toda imprensa Conservadora militante Torce pelo candidato da extrema esquerda Guilherme Boulos mas como candidato é muito ruim, ninguém tem coragem de assumir e muito menos defender aí ficam nessa conversa fiada batendo no Marçal e alisando o Nunes
Ainda penso que Nunes leva essa.
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