terça-feira, 31 de julho de 2018

Alckmin rejeita concorrer com chapa puro-sangue

Por Marcos de Moura e Souza e Marcelo Ribeiro | Valor Econômico

BELO HORIZONTE E BRASÍLIA - O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto afirmou ontem que não quer que seu vice seja um tucano nem que de São Paulo, Estado que já governou por quatro vezes e onde tem um eleitorado consolidado.

"[O vice] não será do PSDB porque nós queremos que outro partido, outras forças participem desse trabalho", disse ele a jornalistas depois de uma palestra a empresários em Belo Horizonte. "Não será de São Paulo. O país é continental, nós precisamos ter vários Estados e regiões representados".

Alckmin disse que define a chapa esta semana para apresentá-la na convenção nacional do PSDB que acontece sábado. Com a adesão dos partidos do chamado Centrão - DEM, PP, PR, PRB e SD - à sua campanha, alguns dos nomes que passaram a ser cogitados para vice foram os de Mendonça Filho (DEM-PE), Ana Amélia (PP-RS), do empresário Josué Gomes da Silva (PR) e de Aldo Rebelo (SD-SP). No domingo, o PTB também selou seu apoio ao tucano.

Vista com um dos nomes mais cotados para disputar a viceAna Amélia negou que tenha sido sondada. Em entrevista ao Valor PRO, ela admitiu ver dificuldades em mudar os planos eleitorais. A parlamentar do PP está em pré-campanha para se reeleger a uma das cadeiras do Senado. "Não fui consultada, nem sondada e nem convidada para ser candidata à vice-presidência na chapa do governador Geraldo Alckmin. Quando não há convite, não há resposta", disse a senadora gaúcha.

Além de negar o convite de Alckmin, a parlamentar do PP disse que "ninguém" falou com ela sobre o assunto. "Ninguém me sondou sobre o assunto. Nem o presidente do PP, o senador Ciro Nogueira, nem outros correligionários ou líderes políticos de outras legendas".

Ana Amélia afirmou ainda estar "concentrada" em sua campanha para ser reeleita como senadora e reconheceu dificuldades em "virar a chave" e passar a compor a chapa encabeçada por Alckmin. "Estamos a 70 dias da eleição. Estou trilhando um caminho já conhecido por mim. Meço bem minha capacidade e o tamanho dos meus passos. Procuro ter previsibilidade. É um tempo curto para virar de ponta-cabeça o caminho que estou trilhando desde 2011".

Em Belo Horizonte, o tucano foi aplaudido algumas vezes por cerca de 500 empresários que lotaram o auditório do Teatro SesiMinas. Uma delas quando indicou que sua vitória será um sinal positivo para empresários e investidores privados. "Se nós tivermos o rumo certo na eleição, a bolsa vai passar de 100 mil pontos, vai ter investimento no Brasil."

Os empresários também aprovaram quando Alckmin criticou o monopólio da Petrobras no refino de combustíveis e pregou que será preciso reduzir a participação do Estado na economia.

Ao fim, ao ser perguntado pelos repórteres sobre o futuro do senador Aécio Neves (PSDB-MG) - alvo de ações em que é acusado de corrupção - Geraldo Alckmin evitou fazer uma defesa clara do colega. "Vamos aguardar se ele será candidato e a que será candidato", disse. Aécio ainda não comunicou se tentará um novo mandato como senador, se tentará se eleger deputado federal ou se, simplesmente, desistirá da disputa este ano.

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