Leila Souza Lima | Valor Econômico
SÃO PAULO - O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) disse ontem, na chegada para reunião com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, no gabinete ministerial em São Paulo, que internamente o PT não trabalha com cenário sem o ex-presidente Lula como candidato.
Haddad é cotado como plano B do partido caso Lula seja considerado inelegível pela Justiça Eleitoral. O ex-presidente cumpre pena em Curitiba depois de ter sido condenado por corrupção e lavagem de dinheiro.
Segundo Haddad, a reunião com Guardia é de rotina e tem sido feita com as assessorias dos candidatos, com o objetivo de colher informações sobre a realidade econômica do país para orientar o debate.
"É muito proveitoso que se faça isso, que as pessoas tomem conhecimento com transparência do que está acontecendo. Cada candidato vai apresentar suas soluções para a crise em que o país se encontra. Eu não poderia recusar esse convite, que me parece adequado para esse momento de transição."
Segundo Haddad, é importante uniformizar o conhecimento sobre a realidade de forma que cada candidato desenhe melhor sua proposta: "Vim recolher informações para que a gente possa ajustar nossas propostas e escolher a melhor saída para a crise. Nosso programa deve ser fechado num encontro no fim de semana, quando vamos dirimir algumas dúvidas. Será apresentado semana que vem. Os próximos pontos serão divulgados oportunamente."
Segundo o ex-prefeito, as coordenações das campanhas devem adiar suas decisões finais talvez para após as convenções, pois existe brecha na legislação para isso. "Estamos fazendo uma rodada com os partidos para reforçar a candidatura do presidente Lula", disse, reforçando que no dia 15 a candidatura será registrada na Justiça Eleitoral. Ele destacou que o partido acredita que Lula terá condições legais de disputar. "Nosso plano está bem organizado. É como fizemos na crise de 2002, uma crise não tão severa como a de hoje. Mas era grave, o dólar estava mais alto do que hoje e nós não tínhamos reservas. E Lula foi o presidente mais exitoso do ponto de vista econômico. Lula conhece o país como ninguém e vai apresentar um plano de governo sustentável para a retomada do desenvolvimento", afirmou, acrescentado que ainda assim as reservas serão usadas "parcimoniosamente".
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