Isabel Braga
DEU EM O GLOBO
Temer quer votar financiamento público de campanhas e voto em lista fechada
BRASÍLIA. Apesar da cobrança enfática feita ontem na Câmara por representantes de entidades da sociedade civil em favor da reforma política, o consenso sobre o assunto ainda está distante entre os parlamentares.
Ontem, em comissão geral para debater o tema, as opiniões se dividiram. O próprio presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), admitiu que não há consenso sobre os pontos agora resgatados para serem votados ainda este ano: o financiamento público de campanhas e o voto em lista fechada para o Legislativo. Para Temer, as mudanças não devem ser aprovadas a tempo de valerem já em 2010.
Capitaneado pelo ex-presidente da Câmara Ibsen Pinheiro (PMDB-SP), com o apoio de Temer, um grupo de deputados discute há 45 dias um texto para a nova reforma, tendo como núcleo esses dois pontos.
A proposta tem o apoio de PMDB, PT, DEM, PPS, PCdoB e parte do PSDB, mas PDT, PSB, PTB e PR são majoritariamente contra o projeto.
— É uma reinauguração do tema, que já é debatido aqui há tempos. Talvez possamos focar em uma reforma que não se aplique para 2010, mas para 2014. Se os líderes concordarem em colocar em pauta, vai rápido — disse Temer.
Mas Ibsen Pinheiro está confiante: — O sentimento em favor da mudança é grande. Acho que é possível, sim, avançarmos. Nós queremos que valha para 2010.
Reforma em debate é tapeação, diz Miro O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) e o tucano Arnaldo Madeira (SP) criticaram o novo movimento.
— Essa reforma é uma tapeação, é enganar. Sabemos que 76% da população são contra a lista, porque perdem o direito de escolher seu candidato.
E financiamento público é tese de defesa de quem está sendo processado por corrupção — disse Miro.
— Procura-se uma lista para ficar escondido atrás dela, e não ter que pedir voto pessoalmente.
Tem muita gente preocupada também com o desgaste na coleta de recursos para as campanhas — acrescentou Madeira.
No debate, ontem, o representante da OAB, Marcelo Lavenère, disse que o povo não quer uma reforma pífia: — Sabemos que é difícil para quem se elegeu pelo sistema querer mudar, mas é bom cortar na própria carne.
DEU EM O GLOBO
Temer quer votar financiamento público de campanhas e voto em lista fechada
BRASÍLIA. Apesar da cobrança enfática feita ontem na Câmara por representantes de entidades da sociedade civil em favor da reforma política, o consenso sobre o assunto ainda está distante entre os parlamentares.
Ontem, em comissão geral para debater o tema, as opiniões se dividiram. O próprio presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), admitiu que não há consenso sobre os pontos agora resgatados para serem votados ainda este ano: o financiamento público de campanhas e o voto em lista fechada para o Legislativo. Para Temer, as mudanças não devem ser aprovadas a tempo de valerem já em 2010.
Capitaneado pelo ex-presidente da Câmara Ibsen Pinheiro (PMDB-SP), com o apoio de Temer, um grupo de deputados discute há 45 dias um texto para a nova reforma, tendo como núcleo esses dois pontos.
A proposta tem o apoio de PMDB, PT, DEM, PPS, PCdoB e parte do PSDB, mas PDT, PSB, PTB e PR são majoritariamente contra o projeto.
— É uma reinauguração do tema, que já é debatido aqui há tempos. Talvez possamos focar em uma reforma que não se aplique para 2010, mas para 2014. Se os líderes concordarem em colocar em pauta, vai rápido — disse Temer.
Mas Ibsen Pinheiro está confiante: — O sentimento em favor da mudança é grande. Acho que é possível, sim, avançarmos. Nós queremos que valha para 2010.
Reforma em debate é tapeação, diz Miro O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) e o tucano Arnaldo Madeira (SP) criticaram o novo movimento.
— Essa reforma é uma tapeação, é enganar. Sabemos que 76% da população são contra a lista, porque perdem o direito de escolher seu candidato.
E financiamento público é tese de defesa de quem está sendo processado por corrupção — disse Miro.
— Procura-se uma lista para ficar escondido atrás dela, e não ter que pedir voto pessoalmente.
Tem muita gente preocupada também com o desgaste na coleta de recursos para as campanhas — acrescentou Madeira.
No debate, ontem, o representante da OAB, Marcelo Lavenère, disse que o povo não quer uma reforma pífia: — Sabemos que é difícil para quem se elegeu pelo sistema querer mudar, mas é bom cortar na própria carne.
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