domingo, 14 de junho de 2009

Campanha eleitoral de 2010 chegará à internet

Carolina Brígido e Isabel Braga
DEU EM O GLOBO

Presidente do TSE defende uso da rede nas eleições para atrair jovens e democratizar as doações financeiras

BRASÍLIA. Os candidatos às eleições de 2010 têm chance de contar com uma ferramenta decisiva de campanha: a internet. Não só para divulgar propostas e apoios, mas para receber doações financeiras. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Carlos Ayres Britto, tem defendido essa bandeira junto a seus colegas de tribunal, citando o sucesso das doações de pessoas físicas para a campanha de Barack Obama, nos Estados Unidos. O ministro Joaquim Barbosa, que presidirá o TSE no ano eleitoral, já manifestou a colegas simpatia pela liberação total das campanhas virtuais.

Intenção é permitir pequenas doações pela rede

Sempre que pode, Ayres Britto elogia publicamente a campanha feita por Barack Obama. Costuma dizer que é melhor ter muita gente doando pouco, como ocorreu com os financiadores do presidente americano, do que pouca gente doando muito, como aconteceu com o presidente Lula, nas últimas eleições. Nos Estados Unidos, é possível doar apenas um dólar pela internet. No Brasil, são mais comuns doações de grandes empresas, sem participação direta do cidadão comum. Ayres Britto quer mudar isso:

- Nos Estados Unidos, o candidato democrata Barack Obama recebeu mais de US$1,2 bilhão em doações pela internet. Lá, o cidadão pode doar um dólar acessando a rede.

Um dos objetivos da proposta de levar a campanha para a rede é atrair os mais jovens para o debate político. Alguns políticos ainda resistem a esse contato direto com os internautas, quando a vida pública fica muito mais exposta.

O cientista político e professor da Universidade de Brasília Lúcio Renó considera que a internet é um instrumento eficaz de comunicação e já é um mecanismo muito presente nas campanhas eleitorais das democracias mais avançadas. Para ele, é inevitável o aumento do uso dessa ferramenta, o que considera positivo para candidatos e eleitores:

- O eleitor ganha. Qualquer ganho de fonte de informação é muito bom. Isso é essencial na democracia. E sou a favor do uso livre, quanto menos restrição melhor. É preciso, no entanto, mecanismos de proteção dos que se sintam prejudicados.

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