“Nós não somos um povo exclusivamente branco, e não de vemos por tanto admitir essa maldição da cor; pelo contrário, de vemos fazer de tudo para esquecê-la.
A escravidão, por felicidade nossa, não azedou nunca a alma do escravo contra o senhor – falando coletivamente – nem criou entre as duas raças o ódio recíproco que
existe naturalmente entre opressores e oprimidos.
existe naturalmente entre opressores e oprimidos.
Por esse motivo, o contato entre elas foi sempre isento de asperezas, fora da escravidão, e o homem de cor achou todas as avenidas abertas diante de si. Os debates da última legislatura, e o modo liberal pelo qual o Senado as sentiu à elegibilidade dos libertos, isto é, ao apagamento do último vestígio de desigualdade da condição anterior, mostram que a cor no Brasil não é, como nos Estados Unidos, um preconceito social contra cuja obstinação pouco pode o caráter, o talento e o mérito de quem incorre nele.
Essa boa inteligência em que vivem os elementos de origem diferente da nossa nacionalidade é o interesse público de primeira ordem para nós.”
(Joaquim Nabuco, em “O Abolicionismo”, pg. 9 – Editora Nova Fronteira – Rio de Janeiro – 1999)
(Joaquim Nabuco, em “O Abolicionismo”, pg. 9 – Editora Nova Fronteira – Rio de Janeiro – 1999)
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