DEU NO JORNAL DO BRASIL
Não tenho lembrança, por mais que cutuque a memória, de um início de campanha eleitoral mais medíocre, de mais baixo nível do que este, em que governo e oposição fogem dos temas prioritários, para o bate-boca de fim de feira livre sobre miudezas, a troca de farpas e fofocas de briga de comadres. A evidência do franco favoritismo da ministra-candidata Dilma Rousseff, lançada e patrocinada pelo presidente Lula da Silva com todo o peso da máquina oficial, contrasta com o encolhimento da oposição, à espera da definição do seu único candidato.
Não há regras intocáveis para os esquemas de campanha. Mas, como aconselha o bom-senso, é a oposição que deve disparar na frente para a campanha de críticas, denúncias, cobranças, especialmente com um governo como o do presidente Lula salpicado pela série de escândalos que os que se interessam pelo jogo político sabem de cor e salteado.
Uma leitura dos jornais ilustra a mediocridade da campanha. Em Brasília, a capital dilapidada pelos escândalos e pela roubalheira, a madraçaria que envolve os três poderes. O presidente regional do PT, Roberto Policarpo puxa o coro: “O nível está muito baixo”.
O dueto Lula e Dilma desprezou o aviso que bola que se chuta na parede costuma voltar na testa do desatento. O enrustido governador José Serra, de São Paulo, e virtual candidato da oposição, numa singela jogada publicitária, anunciou agora o projeto de uma ponte entre Santos e Guarujá no litoral paulista, que pretende construir se eleito presidente. Exibiu a maquete. A dupla Lula-Dilma não deixou passar em branco e apelou para a ironia: “Tem gente inaugurando até maquete”. Uma pesquisa nos arquivos e três fotos de Lula, uma com a candidata Dilma, ao lado de maquetes. Outra, de agosto de 2008, posando ao lado do então presidente União Nacional dos Estudantes, junto à suntuosa maquete da futura sede da UNE. Noutra, ainda, Lula e Dilma examinam a maquete das obras de transposição do Rio São Francisco.
A caturrice do governador José Serra de só se desincompatibilizar do cargo na data limite, 3 de abril, e que tanto incomoda os aliados que disputam a Vice-Presidência, a esta altura é um detalhe. Nada deve mudar numa pré-campanha medíocre, que foge dos grandes temas para as pirraças sobre maquetes. O governador quer exercer o mandato até o prazo final da desincompatibilização, o que é uma postura ética. E para os aspirantes à vaga de candidato a vice-presidente a urgência na definição do que altera a carreira política do escolhido e dos que terão de pleitear mandatos parlamentares.
Dois passaram recibo: os senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Tarso Jereissati (PSDB-CE). Jereissati declara-se extremamente preocupado “com essa estratégia que ninguém entende. Passo o dia respondendo a ligações de militantes sobre a demora de Serra e a inação do partido”. Com a paralisia do partido sem candidato, a ministra Dilma Rousseff cresceu não só no Nordeste mas em todo o país.
Mas não se engana a todos todo o tempo. A oposição sem candidato oficial para liderá-la aceita o jogo do governo de driblar os temas que fatalmente dominarão a campanha quando ela começar para valer, com o horário eleitoral gratuito nas emissoras de rádio e de televisão, de 17 de agosto a 30 de setembro no primeiro turno. Os grandes escândalos estão sendo evitados, mesmo nos debates parlamentares de um Congresso sem credibilidade.
Pois será um desacato ao eleitor, que fugirá da urna ou votará em branco se a crise moral do pior Congresso de todos os tempos não for enfrentada com medidas radicais. E que desembocam na desmoralização de Brasília, remexendo na crise crônica que começa com a mudança da capital para Brasília antes de ficar pronta.
E com a sucessão de mordomias, vantagens, desvios de verba, gabinetes individuais para parlamentares com dezenas de assessores de coisa nenhuma explodiu na maior desta temporada, com as imagens do ex-governador José Arruda distribuindo pacotes de notas aos cupinchas que os escondiam nas meias, nas cuecas, nas dobras da calça, ou na pasta de segurança.
Não tenho lembrança, por mais que cutuque a memória, de um início de campanha eleitoral mais medíocre, de mais baixo nível do que este, em que governo e oposição fogem dos temas prioritários, para o bate-boca de fim de feira livre sobre miudezas, a troca de farpas e fofocas de briga de comadres. A evidência do franco favoritismo da ministra-candidata Dilma Rousseff, lançada e patrocinada pelo presidente Lula da Silva com todo o peso da máquina oficial, contrasta com o encolhimento da oposição, à espera da definição do seu único candidato.
Não há regras intocáveis para os esquemas de campanha. Mas, como aconselha o bom-senso, é a oposição que deve disparar na frente para a campanha de críticas, denúncias, cobranças, especialmente com um governo como o do presidente Lula salpicado pela série de escândalos que os que se interessam pelo jogo político sabem de cor e salteado.
Uma leitura dos jornais ilustra a mediocridade da campanha. Em Brasília, a capital dilapidada pelos escândalos e pela roubalheira, a madraçaria que envolve os três poderes. O presidente regional do PT, Roberto Policarpo puxa o coro: “O nível está muito baixo”.
O dueto Lula e Dilma desprezou o aviso que bola que se chuta na parede costuma voltar na testa do desatento. O enrustido governador José Serra, de São Paulo, e virtual candidato da oposição, numa singela jogada publicitária, anunciou agora o projeto de uma ponte entre Santos e Guarujá no litoral paulista, que pretende construir se eleito presidente. Exibiu a maquete. A dupla Lula-Dilma não deixou passar em branco e apelou para a ironia: “Tem gente inaugurando até maquete”. Uma pesquisa nos arquivos e três fotos de Lula, uma com a candidata Dilma, ao lado de maquetes. Outra, de agosto de 2008, posando ao lado do então presidente União Nacional dos Estudantes, junto à suntuosa maquete da futura sede da UNE. Noutra, ainda, Lula e Dilma examinam a maquete das obras de transposição do Rio São Francisco.
A caturrice do governador José Serra de só se desincompatibilizar do cargo na data limite, 3 de abril, e que tanto incomoda os aliados que disputam a Vice-Presidência, a esta altura é um detalhe. Nada deve mudar numa pré-campanha medíocre, que foge dos grandes temas para as pirraças sobre maquetes. O governador quer exercer o mandato até o prazo final da desincompatibilização, o que é uma postura ética. E para os aspirantes à vaga de candidato a vice-presidente a urgência na definição do que altera a carreira política do escolhido e dos que terão de pleitear mandatos parlamentares.
Dois passaram recibo: os senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Tarso Jereissati (PSDB-CE). Jereissati declara-se extremamente preocupado “com essa estratégia que ninguém entende. Passo o dia respondendo a ligações de militantes sobre a demora de Serra e a inação do partido”. Com a paralisia do partido sem candidato, a ministra Dilma Rousseff cresceu não só no Nordeste mas em todo o país.
Mas não se engana a todos todo o tempo. A oposição sem candidato oficial para liderá-la aceita o jogo do governo de driblar os temas que fatalmente dominarão a campanha quando ela começar para valer, com o horário eleitoral gratuito nas emissoras de rádio e de televisão, de 17 de agosto a 30 de setembro no primeiro turno. Os grandes escândalos estão sendo evitados, mesmo nos debates parlamentares de um Congresso sem credibilidade.
Pois será um desacato ao eleitor, que fugirá da urna ou votará em branco se a crise moral do pior Congresso de todos os tempos não for enfrentada com medidas radicais. E que desembocam na desmoralização de Brasília, remexendo na crise crônica que começa com a mudança da capital para Brasília antes de ficar pronta.
E com a sucessão de mordomias, vantagens, desvios de verba, gabinetes individuais para parlamentares com dezenas de assessores de coisa nenhuma explodiu na maior desta temporada, com as imagens do ex-governador José Arruda distribuindo pacotes de notas aos cupinchas que os escondiam nas meias, nas cuecas, nas dobras da calça, ou na pasta de segurança.
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