DEU EM O GLOBO
Senador pelo PMDB, ele vai disputar o governo de Pernambuco, e diz que não há por que temer popularidade de Lula
Letícia Lins
RECIFE. O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) anunciou ontem que disputará a sucessão estadual, enfrentando o governador Eduardo Campos (PSBPE), que vem se firmando como uma das novas lideranças políticas no estado e é aliado do presidente Lula. Campos abrirá seu palanque para a pré-candidata petista, Dilma Rousseff, enquanto Jarbas, embora do PMDB, dará importante espaço para o aliado José Serra, do PSDB.
Jarbas disse que o PSDB não deve temer a popularidade de Lula, “que não é candidato a nada nesta eleição”. Para Jarbas, o eleitor entenderá que Serra é o candidato mais preparado para governar o país. O peemedebista disse que Lula impôs uma candidata sem qualificação necessária para governar o país.
— Ela não tem a dimensão nem o preparo de Serra — disse Jarbas, lembrando experiências bem sucedidas do tucano à frente da prefeitura e do governo de São Paulo e também no governo Fernando Henrique. — Serra é uma pessoa honesta, tem caráter e é experiente.
Senador relutou em aceitar candidatura
Jarbas contou que o tucano deverá visitar Pernambuco até junho. Para ele, Lula não conseguirá transferir tantos votos para Dilma: — Em São Paulo ele não conseguiu na eleição municipal.
A jornalistas, referindo-se ao reajuste aos aposentados, Jarbas atacou: — O governo faz o que quer no Senado, que termina votando as coisas mais absurdas. Surgem os pacotes de bondades, porque o pai do pacote de bondades é o governo federal, que dá o mau exemplo.
Jarbas hesitou muito em aceitar a candidatura. Ele havia prometido anunciar a decisão semana passada, mas adiou para ontem, mesmo dia em que o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), confirmou que não tentará a reeleição para se dedicar à campanha de Serra.
Com a desistência de Guerra, Jarbas ganhou espaço para compor sua chapa. Até ontem os nomes do candidato ao Senado e do vice estavam em aberto, com a confirmação da candidatura à reeleição de Marco Maciel (DEM).
— Não foi uma decisão fácil. E não passou só pela questão de me convencer. Eu tinha que construir uma plataforma para essa candidatura, uma razão.
Acredito que Serra será o próximo presidente do Brasil, e não desejo que Pernambuco fique de fora dessa nova fase — disse Jarbas. E alfinetou Eduardo Campos: — Pode, mas não vem fazendo. Essa sintonia (com o próximo presidente) é fundamental para que Pernambuco não se perca, como aconteceu na década de 1990.
Jarbas foi governador entre 1999 e 2006, e sucedeu a Miguel Arraes, avô de Campos e do qual o neto era um dos auxiliares.
Ele mostrou não temer a popularidade de Lula no estado nem o peso da máquina pública e muito menos o reforço que Campos ganhou depois de eleito governador, tendo hoje o apoio de cerca de 150 dos 184 prefeitos pernambucanos: — Caberá a cada direção partidária cuidar de possíveis infidelidades na campanha. Mas as convenções só vão ocorrer no fim de junho. Ainda há tempo para conversar — disse Jarbas, afirmando ter “nojo de adesismo”: — Não vou fulanizar. Temos até junho para buscar pessoas desgarradas. Mas não pretendo conviver com adesista.
Jarbas reconheceu que sua relação com a cúpula do PMDB é azeda e ficou mais ainda após entrevistas criticando a direção da sigla, mas disse que, como não há fórmula mágica para campanha sem dinheiro, caso seja preciso procurará recursos financeiros no seu partido. Políticos de PSDB, DEM, PMDB e PPS foram em massa, ontem, ao escritório do senador.
Guerra distribuiu nota: “Não é responsável, de forma alguma, assumir compromissos de fazer essa campanha majoritária em Pernambuco, juntamente com a campanha do meu partido para a Presidência.
Mas é sensato fazer a campanha de Serra e a minha para deputado federal. Sobretudo porque jamais me afasto das bases que me apoiam!”.
Senador pelo PMDB, ele vai disputar o governo de Pernambuco, e diz que não há por que temer popularidade de Lula
Letícia Lins
RECIFE. O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) anunciou ontem que disputará a sucessão estadual, enfrentando o governador Eduardo Campos (PSBPE), que vem se firmando como uma das novas lideranças políticas no estado e é aliado do presidente Lula. Campos abrirá seu palanque para a pré-candidata petista, Dilma Rousseff, enquanto Jarbas, embora do PMDB, dará importante espaço para o aliado José Serra, do PSDB.
Jarbas disse que o PSDB não deve temer a popularidade de Lula, “que não é candidato a nada nesta eleição”. Para Jarbas, o eleitor entenderá que Serra é o candidato mais preparado para governar o país. O peemedebista disse que Lula impôs uma candidata sem qualificação necessária para governar o país.
— Ela não tem a dimensão nem o preparo de Serra — disse Jarbas, lembrando experiências bem sucedidas do tucano à frente da prefeitura e do governo de São Paulo e também no governo Fernando Henrique. — Serra é uma pessoa honesta, tem caráter e é experiente.
Senador relutou em aceitar candidatura
Jarbas contou que o tucano deverá visitar Pernambuco até junho. Para ele, Lula não conseguirá transferir tantos votos para Dilma: — Em São Paulo ele não conseguiu na eleição municipal.
A jornalistas, referindo-se ao reajuste aos aposentados, Jarbas atacou: — O governo faz o que quer no Senado, que termina votando as coisas mais absurdas. Surgem os pacotes de bondades, porque o pai do pacote de bondades é o governo federal, que dá o mau exemplo.
Jarbas hesitou muito em aceitar a candidatura. Ele havia prometido anunciar a decisão semana passada, mas adiou para ontem, mesmo dia em que o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), confirmou que não tentará a reeleição para se dedicar à campanha de Serra.
Com a desistência de Guerra, Jarbas ganhou espaço para compor sua chapa. Até ontem os nomes do candidato ao Senado e do vice estavam em aberto, com a confirmação da candidatura à reeleição de Marco Maciel (DEM).
— Não foi uma decisão fácil. E não passou só pela questão de me convencer. Eu tinha que construir uma plataforma para essa candidatura, uma razão.
Acredito que Serra será o próximo presidente do Brasil, e não desejo que Pernambuco fique de fora dessa nova fase — disse Jarbas. E alfinetou Eduardo Campos: — Pode, mas não vem fazendo. Essa sintonia (com o próximo presidente) é fundamental para que Pernambuco não se perca, como aconteceu na década de 1990.
Jarbas foi governador entre 1999 e 2006, e sucedeu a Miguel Arraes, avô de Campos e do qual o neto era um dos auxiliares.
Ele mostrou não temer a popularidade de Lula no estado nem o peso da máquina pública e muito menos o reforço que Campos ganhou depois de eleito governador, tendo hoje o apoio de cerca de 150 dos 184 prefeitos pernambucanos: — Caberá a cada direção partidária cuidar de possíveis infidelidades na campanha. Mas as convenções só vão ocorrer no fim de junho. Ainda há tempo para conversar — disse Jarbas, afirmando ter “nojo de adesismo”: — Não vou fulanizar. Temos até junho para buscar pessoas desgarradas. Mas não pretendo conviver com adesista.
Jarbas reconheceu que sua relação com a cúpula do PMDB é azeda e ficou mais ainda após entrevistas criticando a direção da sigla, mas disse que, como não há fórmula mágica para campanha sem dinheiro, caso seja preciso procurará recursos financeiros no seu partido. Políticos de PSDB, DEM, PMDB e PPS foram em massa, ontem, ao escritório do senador.
Guerra distribuiu nota: “Não é responsável, de forma alguma, assumir compromissos de fazer essa campanha majoritária em Pernambuco, juntamente com a campanha do meu partido para a Presidência.
Mas é sensato fazer a campanha de Serra e a minha para deputado federal. Sobretudo porque jamais me afasto das bases que me apoiam!”.
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