DEU EM O GLOBO
Petista fala sempre no plural, destacando apoio do presidente Lula
Maria Lima e Adriana Vasconcelos
BRASÍLIA. Na estreia no primeiro debate público com seus adversários José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV), já experientes em disputas eleitorais, a précandidata Dilma Rousseff (PT) apareceu em desvantagem nos quesitos segurança, bom humor e conteúdo. Perante uma claque raivosa de tucanos e petistas no auditório da Associação Mineira de Municípios, Dilma expôs nervosismo e falta de objetividade. Já Serra tentou ser informal e fez gracinhas o tempo todo, passando do ponto em alguns momentos, como quando disse que não pediria “beijinhos” para um prefeito que lhe entregou um documento. No geral, os três se derramaram em elogios uns para os outros.
Marina, mesmo muito gripada, rouca e com problemas de visão — teve que falar sentada todo o tempo — conseguiu passar incólume às vaias das duas claques, falou de propostas concretas, mostrou segurança e bom humor.
Em muitos momentos ficou claro que Serra e Marina fizeram uma dobradinha, isolando a petista. Logo na apresentação, Dilma foi sorteada para fazer primeiro sua exposição, que ela leu.
Nervosa, gaguejou e abusou de números e termos como "condicionalidades".
Levou a primeira vaia e ficou desconcertada.
A segunda a falar foi Marina. Mais tranquila, saudou os dois adversários, lembrou a emenda 29, que deu mais recursos para a Saúde quando Serra foi ministro, e foi aplaudida. Sorteado para falar por último, o tucano estava bem à vontade: rindo muito, saudou prefeitos e aliados de Dilma na plateia pelo nome, inclusive petistas e o senador Hélio Costa (PMDB). Fez questão de elogiar as adversárias. Disse que Dilma e Marina são mulheres de muito valor.
Serra surpreendeu Dilma ao dizer que o debate não deveria ser transformado em um Fla-Flu.
— Eu estou de acordo com a Dilma quando ela fala que o debate (sobre a valorização dos municípios) não pode ser um Fla-Flu, um Palmeiras-Corinthians ou um Atlético-Cruzeiro — disse Serra, lembrando que ela havia se declarado atleticana. Vaia dos cruzeirenses presentes para ela, que tentou se explicar. Porém, longe do microfone, pouco se entendeu de sua queixa.
Serra, que já na abertura evocou a empatia da plateia ao lembrar que ele próprio foi prefeito de São Paulo após perder duas disputas pelo cargo, ganhou aplausos quando repetiu uma máxima de Ulysses Guimarães: “A população não vive na União, não vive nos estados, vive nos municípios”.
Marina fez questão de ressaltar o discurso ético e criticou o fato de os últimos governos terem ficado reféns do que "há de pior " no DEM e no PMDB.
Dilma não comentou. Mas Serra aproveitou a deixa e disse que, se eleito, governaria em parceria com o PT e o PV.
Nesse momento, desatenta à filmagem com transmissão ao vivo, Dilma ficou olhando e rindo de braços cruzados.
Quando Marina reclamou da voz, Serra disse que esse era o maior problema dos candidatos, mas ele, apesar de não ser hipocondríaco, iria sugerir a ela alguns remedinhos. Bem-humorada, Marina deu seguimento à brincadeira: — Eu proponho aqui que a gente faça um remanejamento sustentável de voz.
Dilma, que também tem sofrido de rouquidão em eventos pré-eleitorais, não entrou na brincadeira.
O debate chegou a ser interrompido por um ex-prefeito, que gritava no plenário.
O jornalista Roberto Mitre, mediador teve de pedir calma. Serra aproveitou para fazer outro gracejo quando Mitre anunciava que o tempo de resposta iria se esgotar, com avisos de "falta 45 segundos".
— 45? O que é isso? Se você ficar repetindo isso, daqui a pouco isso vai virar debate na Justiça eleitoral — brincou Serra, numa referência indireta ao pedido do PT para suspensão do jingle dos 45 anos da TV Globo.
Depois da cutucada no PT, Mitre passou a avisar que faltavam "30 segundos".
Na finalização, Marina aproveitou para alfinetar Dilma, que falara antes na distribuição republicana dos recursos federais.
Lembrou que o ex-ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), mandou quase todos os recursos para sua base na Bahia, deixando outros locais que sofreram com enchentes a mingua. Dilma não passou recibo.
Em sua última fala, a petista voltou a recorrer a números do PAC2 e lamentou não ter mais tempo para falar do Minha Casa, Minha Vida. O tempo todo falou no plural, colando sua imagem ao governo ao presidente Lula. Saiu aplaudida pela claque que cantava "Olê, olá, Dilma". A mesma claque vaiou Serra em sua despedida, quando repetiu seu slogan adaptado: “Os municípios podem mais, merecem mais e terão mais”.
Petista fala sempre no plural, destacando apoio do presidente Lula
Maria Lima e Adriana Vasconcelos
BRASÍLIA. Na estreia no primeiro debate público com seus adversários José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV), já experientes em disputas eleitorais, a précandidata Dilma Rousseff (PT) apareceu em desvantagem nos quesitos segurança, bom humor e conteúdo. Perante uma claque raivosa de tucanos e petistas no auditório da Associação Mineira de Municípios, Dilma expôs nervosismo e falta de objetividade. Já Serra tentou ser informal e fez gracinhas o tempo todo, passando do ponto em alguns momentos, como quando disse que não pediria “beijinhos” para um prefeito que lhe entregou um documento. No geral, os três se derramaram em elogios uns para os outros.
Marina, mesmo muito gripada, rouca e com problemas de visão — teve que falar sentada todo o tempo — conseguiu passar incólume às vaias das duas claques, falou de propostas concretas, mostrou segurança e bom humor.
Em muitos momentos ficou claro que Serra e Marina fizeram uma dobradinha, isolando a petista. Logo na apresentação, Dilma foi sorteada para fazer primeiro sua exposição, que ela leu.
Nervosa, gaguejou e abusou de números e termos como "condicionalidades".
Levou a primeira vaia e ficou desconcertada.
A segunda a falar foi Marina. Mais tranquila, saudou os dois adversários, lembrou a emenda 29, que deu mais recursos para a Saúde quando Serra foi ministro, e foi aplaudida. Sorteado para falar por último, o tucano estava bem à vontade: rindo muito, saudou prefeitos e aliados de Dilma na plateia pelo nome, inclusive petistas e o senador Hélio Costa (PMDB). Fez questão de elogiar as adversárias. Disse que Dilma e Marina são mulheres de muito valor.
Serra surpreendeu Dilma ao dizer que o debate não deveria ser transformado em um Fla-Flu.
— Eu estou de acordo com a Dilma quando ela fala que o debate (sobre a valorização dos municípios) não pode ser um Fla-Flu, um Palmeiras-Corinthians ou um Atlético-Cruzeiro — disse Serra, lembrando que ela havia se declarado atleticana. Vaia dos cruzeirenses presentes para ela, que tentou se explicar. Porém, longe do microfone, pouco se entendeu de sua queixa.
Serra, que já na abertura evocou a empatia da plateia ao lembrar que ele próprio foi prefeito de São Paulo após perder duas disputas pelo cargo, ganhou aplausos quando repetiu uma máxima de Ulysses Guimarães: “A população não vive na União, não vive nos estados, vive nos municípios”.
Marina fez questão de ressaltar o discurso ético e criticou o fato de os últimos governos terem ficado reféns do que "há de pior " no DEM e no PMDB.
Dilma não comentou. Mas Serra aproveitou a deixa e disse que, se eleito, governaria em parceria com o PT e o PV.
Nesse momento, desatenta à filmagem com transmissão ao vivo, Dilma ficou olhando e rindo de braços cruzados.
Quando Marina reclamou da voz, Serra disse que esse era o maior problema dos candidatos, mas ele, apesar de não ser hipocondríaco, iria sugerir a ela alguns remedinhos. Bem-humorada, Marina deu seguimento à brincadeira: — Eu proponho aqui que a gente faça um remanejamento sustentável de voz.
Dilma, que também tem sofrido de rouquidão em eventos pré-eleitorais, não entrou na brincadeira.
O debate chegou a ser interrompido por um ex-prefeito, que gritava no plenário.
O jornalista Roberto Mitre, mediador teve de pedir calma. Serra aproveitou para fazer outro gracejo quando Mitre anunciava que o tempo de resposta iria se esgotar, com avisos de "falta 45 segundos".
— 45? O que é isso? Se você ficar repetindo isso, daqui a pouco isso vai virar debate na Justiça eleitoral — brincou Serra, numa referência indireta ao pedido do PT para suspensão do jingle dos 45 anos da TV Globo.
Depois da cutucada no PT, Mitre passou a avisar que faltavam "30 segundos".
Na finalização, Marina aproveitou para alfinetar Dilma, que falara antes na distribuição republicana dos recursos federais.
Lembrou que o ex-ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), mandou quase todos os recursos para sua base na Bahia, deixando outros locais que sofreram com enchentes a mingua. Dilma não passou recibo.
Em sua última fala, a petista voltou a recorrer a números do PAC2 e lamentou não ter mais tempo para falar do Minha Casa, Minha Vida. O tempo todo falou no plural, colando sua imagem ao governo ao presidente Lula. Saiu aplaudida pela claque que cantava "Olê, olá, Dilma". A mesma claque vaiou Serra em sua despedida, quando repetiu seu slogan adaptado: “Os municípios podem mais, merecem mais e terão mais”.
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