DEU NA FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA - Fim da gritaria da Igreja Católica, das Forças Armadas, do agronegócio, das associações de mídia. E... começo da gritaria das feministas, dos movimentos de direitos humanos, dos sem-terra e afins. Será?
Lula fez festa em dezembro, com direito a lágrimas e comoção, para lançar o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos como uma peça de vanguarda, antenada com os ventos mundiais e com a chegada da esquerda ao poder no Brasil.
Cinco meses depois, com uma canetada e sem choro nem vela, o mesmo Lula limpou o 3º PNDH de tudo o que causava alvoroço e crítica e se mandou para o Irã.
No confronto entre a igreja e as feministas por causa do aborto, ganhou a igreja, e tudo voltou a ser uma "questão de saúde". Entre os militares e os torturados, ganharam os militares, e o foco (?!) voltou a valer para um longo período que vem desde a ditadura Vargas e não vai chegar a lugar nenhum.
Entre o agronegócio e o MST, ganhou o agronegócio, e a mudança na mediação de conflitos agrários foi empurrada para o Congresso.
Entre os meios de comunicação e assessores neobolivarianos, ganharam os meios, e aquele negócio de "ranking" de TVs e rádios ficou para as calendas.
Uns têm todo o direito de comemorar. Os outros, boas razões, agora, sim, para chorar. Mas há sérias dúvidas se eles vão mesmo, porque o que menos se vê no governo do companheiro Lula é movimento social (e até a UNE) protestando.
Governos têm esse ônus: apanham porque fazem e apanham porque não fazem. Mas nunca antes neste país se viram os que sempre bateram tão cordatos e tão doces, a começar pelo MST.
Lula, portanto, sabia exatamente o que estava fazendo quando desfigurou o seu PNDH: atendeu quem tem poder de pressão e deu de ombros para quem abdicou de pressionar para meramente aderir.
BRASÍLIA - Fim da gritaria da Igreja Católica, das Forças Armadas, do agronegócio, das associações de mídia. E... começo da gritaria das feministas, dos movimentos de direitos humanos, dos sem-terra e afins. Será?
Lula fez festa em dezembro, com direito a lágrimas e comoção, para lançar o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos como uma peça de vanguarda, antenada com os ventos mundiais e com a chegada da esquerda ao poder no Brasil.
Cinco meses depois, com uma canetada e sem choro nem vela, o mesmo Lula limpou o 3º PNDH de tudo o que causava alvoroço e crítica e se mandou para o Irã.
No confronto entre a igreja e as feministas por causa do aborto, ganhou a igreja, e tudo voltou a ser uma "questão de saúde". Entre os militares e os torturados, ganharam os militares, e o foco (?!) voltou a valer para um longo período que vem desde a ditadura Vargas e não vai chegar a lugar nenhum.
Entre o agronegócio e o MST, ganhou o agronegócio, e a mudança na mediação de conflitos agrários foi empurrada para o Congresso.
Entre os meios de comunicação e assessores neobolivarianos, ganharam os meios, e aquele negócio de "ranking" de TVs e rádios ficou para as calendas.
Uns têm todo o direito de comemorar. Os outros, boas razões, agora, sim, para chorar. Mas há sérias dúvidas se eles vão mesmo, porque o que menos se vê no governo do companheiro Lula é movimento social (e até a UNE) protestando.
Governos têm esse ônus: apanham porque fazem e apanham porque não fazem. Mas nunca antes neste país se viram os que sempre bateram tão cordatos e tão doces, a começar pelo MST.
Lula, portanto, sabia exatamente o que estava fazendo quando desfigurou o seu PNDH: atendeu quem tem poder de pressão e deu de ombros para quem abdicou de pressionar para meramente aderir.
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