DEU EM O GLOBO
Deputado cassado no caso do mensalão se reúne com Dilma e com a coordenação da equipe da pré-candidata
Gerson Camarotti
BRASÍLIA. Com a crise do dossiê instalada dentro da campanha de Dilma Rousseff, o PT recorreu ao ex-ministro José Dirceu para que ele ajude a pacificar o partido. O ex-chefe da Casa Civil, que teve o mandato de deputado cassado por envolvimento no mensalão, ficou dois dias em Brasília. Terça-feira, Dirceu teve longa conversa com Dilma. Ontem, participou da reunião de coordenação da campanha. Com grande influência na máquina partidária, Dirceu atuou intensamente nos bastidores para tentar solucionar os problemas internos.
No Palácio do Planalto, há preocupação com o elevado grau de disputa que tomou conta do comitê eleitoral de Dilma.
Como revelou O GLOBO, a parte mais visível dessa disputa foi explicitada entre o grupo próximo a Dilma, liderado pelo exprefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, e o grupo do deputado estadual Rui Falcão (PT-SP), que tem ligações históricas com a máquina petista.
— Quando há um problema desse tamanho, chamam Zé Dirceu para resolver. Só ele tem influência em setores do partido — contou um dirigente do PT.
As consequências mais visíveis dessa queda de braço interna são o fortalecimento da burocracia interna do partido e a perda de espaço dos mais próximos a Dilma. Os integrantes do partido que tinham sido excluídos do comando da campanha viram no episódio a oportunidade de tentar retomar a influência.
Nesses últimos dias, houve forte movimentação, tanto do Planalto como no próprio PT, para enfraquecer Fernando Pimentel.
Já se trabalha por um afastamento discreto de Pimentel do núcleo da campanha. A justificativa oficial seria sua provável candidatura ao Senado por Minas, o que dificultaria sua presença na equipe. Mas Dilma resiste à pressão para afastar Pimentel, seu amigo desde o período de combate à ditadura.
Ontem, Pimentel não participou da reunião de coordenação, que teve a presença de Dirceu.
Os petistas juram que a crise do dossiê não foi citada. A estratégia é minimizar o episódio para evitar essa agenda negativa num momento em que Dilma cresce nas pesquisas. Pimentel tem sido criticado nos bastidores. Há o reconhecimento, até mesmo de aliados do mineiro, de que ele fez uma trapalhada ao escolher o jornalista Luiz Lanzetta para a comunicação da campanha.
Proprietário da Lanza Comunicações, Lanzetta é apontado como o responsável pela montagem do grupo de arapongas que teria feito o suposto dossiê contra Verônica Serra, filha do tucano José Serra. Também teriam sido alvo de investigação o secretárioexecutivo do PSDB, Eduardo Jorge Caldas, e o deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), ex-delegado da PF, que trabalhou em parceria com Serra quando este foi ministro da Saúde.
Os ataques a Pimentel não se resumem apenas ao episódio do dossiê. Já havia incômodo pelo fato de ele ter dificultado a aliança com o PMDB em Minas.
Deputado cassado no caso do mensalão se reúne com Dilma e com a coordenação da equipe da pré-candidata
Gerson Camarotti
BRASÍLIA. Com a crise do dossiê instalada dentro da campanha de Dilma Rousseff, o PT recorreu ao ex-ministro José Dirceu para que ele ajude a pacificar o partido. O ex-chefe da Casa Civil, que teve o mandato de deputado cassado por envolvimento no mensalão, ficou dois dias em Brasília. Terça-feira, Dirceu teve longa conversa com Dilma. Ontem, participou da reunião de coordenação da campanha. Com grande influência na máquina partidária, Dirceu atuou intensamente nos bastidores para tentar solucionar os problemas internos.
No Palácio do Planalto, há preocupação com o elevado grau de disputa que tomou conta do comitê eleitoral de Dilma.
Como revelou O GLOBO, a parte mais visível dessa disputa foi explicitada entre o grupo próximo a Dilma, liderado pelo exprefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, e o grupo do deputado estadual Rui Falcão (PT-SP), que tem ligações históricas com a máquina petista.
— Quando há um problema desse tamanho, chamam Zé Dirceu para resolver. Só ele tem influência em setores do partido — contou um dirigente do PT.
As consequências mais visíveis dessa queda de braço interna são o fortalecimento da burocracia interna do partido e a perda de espaço dos mais próximos a Dilma. Os integrantes do partido que tinham sido excluídos do comando da campanha viram no episódio a oportunidade de tentar retomar a influência.
Nesses últimos dias, houve forte movimentação, tanto do Planalto como no próprio PT, para enfraquecer Fernando Pimentel.
Já se trabalha por um afastamento discreto de Pimentel do núcleo da campanha. A justificativa oficial seria sua provável candidatura ao Senado por Minas, o que dificultaria sua presença na equipe. Mas Dilma resiste à pressão para afastar Pimentel, seu amigo desde o período de combate à ditadura.
Ontem, Pimentel não participou da reunião de coordenação, que teve a presença de Dirceu.
Os petistas juram que a crise do dossiê não foi citada. A estratégia é minimizar o episódio para evitar essa agenda negativa num momento em que Dilma cresce nas pesquisas. Pimentel tem sido criticado nos bastidores. Há o reconhecimento, até mesmo de aliados do mineiro, de que ele fez uma trapalhada ao escolher o jornalista Luiz Lanzetta para a comunicação da campanha.
Proprietário da Lanza Comunicações, Lanzetta é apontado como o responsável pela montagem do grupo de arapongas que teria feito o suposto dossiê contra Verônica Serra, filha do tucano José Serra. Também teriam sido alvo de investigação o secretárioexecutivo do PSDB, Eduardo Jorge Caldas, e o deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), ex-delegado da PF, que trabalhou em parceria com Serra quando este foi ministro da Saúde.
Os ataques a Pimentel não se resumem apenas ao episódio do dossiê. Já havia incômodo pelo fato de ele ter dificultado a aliança com o PMDB em Minas.
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