Nos últimos oito anos, o sindicalismo brasileiro foi cooptado pelo governo Lula, tornando-se mera correia de transmissão do lulo-petismo e de seu projeto de poder. A cooptação foi tão deslavada que as centrais sindicais travam um campeonato particular, para definir qual delas é a mais governista.
Reconheça-se que o presidente da Força Sindical, Paulinho da Força, tem saído na frente, em matéria de fazer o jogo sujo na disputa presidencial e deve ganhar o prêmio de pelego do ano. Recomendamos a quem queira entender a transmutação do presidente da Força (outrora ferrenho opositor de Lula) a leitura da coluna de Dora Kramer, intitulada “Sindicato da Boquinha”.
Deixemos o rapaz de lado e vamos ao que interessa: a inteira domesticação do movimento sindical, que deu mais uma demonstração de sua subordinação ao promover um ato de campanha eleitoral em favor da Dilma, disfarçado sob a capa de aprovar uma “agenda dos trabalhadores” a serem apresentadas a todos os candidatos a presidente.
Isto é conversa para boi dormir, como deixaram claros os discursos dos presidentes das centrais, todos eles pregando a necessidade da “continuidade do governo Lula” e de se “evitar o retrocesso.” E o que eles entendem por retrocesso? A eleição de Serra, claro.
Como os fins justificam os meios, vale tudo. Vale a mentira do presidente da Força de dizer que Serra irá acabar com a licença-maternidade, as férias dos trabalhadores e o 13º salário. E vale a falsificação da história feita pelo presidente da CUT, ao dizer que “o mensalão foi um golpe da direita contra Lula”. Os dois ensandecidos deram estas declarações um dia antes do convescote realizado no Pacaembu.
A que se deve tamanho atrelamento das centrais, que não largam as tetas do Estado? Em primeiro lugar à vivacidade de Lula de ter permitido a elas a participação no butim do imposto sindical. Diga-se de passagem que, no seu nascedouro, a CUT e a Força pregavam o fim deste imposto. Mas hoje têm este imposto como uma importante fonte de renda, ao lado do acesso a outras benesses governamentais.
Outro componente para a cooptação foi a nomeação de sindicalistas para cargos públicos, particularmente nos fundos de pensão, onde a “companheirada” da CUT dá as cartas em muitos deles. Mas a turma da Força Sindical não tem do que se queixar, pois, no loteamento político do governo, Lula cedeu o Ministério do Trabalho ao PDT, que é o partido de Paulinho da Força. Para completar a domesticação, Lula faz concessões de cima para baixo, para que os sindicalistas mantenham suas bases sob controle.
É um expediente que Getúlio manipulou à exaustão e que Lula vem operando com sucesso. As centrais participam das “negociações” do salário mínimo e do aumento dos aposentados. O governo cede aqui e ali, nada de significativo. Em troca, o movimento sindical comporta-se como bom menino e faz o jogo sujo contra os adversários do lulo-petismo.
Nos estados onde o PSDB é governo, tome combatividade e radicalização de greves de funcionários. Já na esfera federal, tome peleguismo. Nada de inédito. Afinal de contas, o gangsterismo sindical de Chicago tinha também o seu lado “combativo”. Nas terras de Al Capone, "sindicalistas" promoviam greves selvagens, algumas delas com o interesse de quebrar uma empresa para beneficiar outra.
Este processo perverso de constituição de um sindicalismo chapa-branca – fenômeno tipo do corporativismo fascista e do “socialismo real” - tem sido motivo de preocupação por parte de especialistas e não é possível ainda saber onde ele pode desembocar.
Lêoncio Martins Rodrigues, em entrevista ao “Estadão”, mostra que a aproximação entre a CUT e a Força, outrora inimigos que iam às vias de fato nas eleições sindicais, não tem nada programático ou ideológico.
Segundo ele, a “forte distribuição proporcional dos recurso para elas (as centrais) e a ideia da recriação da Conclat fazem pensar num amplo movimento que poderia ir mais além da “simples” eleição de Dilma e que terminaria n a formação de uma só entidade sindical gigante. Lula, já fora da Presidência da Republica, seria o grande chefe, mais poderoso do que nunca, capaz de cortar qualquer pretensão de independência que sua candidata possa imaginar que teria, caso seja eleita. Seria uma espécie de Perón vindo das classes baixas.”
Reconheça-se que o presidente da Força Sindical, Paulinho da Força, tem saído na frente, em matéria de fazer o jogo sujo na disputa presidencial e deve ganhar o prêmio de pelego do ano. Recomendamos a quem queira entender a transmutação do presidente da Força (outrora ferrenho opositor de Lula) a leitura da coluna de Dora Kramer, intitulada “Sindicato da Boquinha”.
Deixemos o rapaz de lado e vamos ao que interessa: a inteira domesticação do movimento sindical, que deu mais uma demonstração de sua subordinação ao promover um ato de campanha eleitoral em favor da Dilma, disfarçado sob a capa de aprovar uma “agenda dos trabalhadores” a serem apresentadas a todos os candidatos a presidente.
Isto é conversa para boi dormir, como deixaram claros os discursos dos presidentes das centrais, todos eles pregando a necessidade da “continuidade do governo Lula” e de se “evitar o retrocesso.” E o que eles entendem por retrocesso? A eleição de Serra, claro.
Como os fins justificam os meios, vale tudo. Vale a mentira do presidente da Força de dizer que Serra irá acabar com a licença-maternidade, as férias dos trabalhadores e o 13º salário. E vale a falsificação da história feita pelo presidente da CUT, ao dizer que “o mensalão foi um golpe da direita contra Lula”. Os dois ensandecidos deram estas declarações um dia antes do convescote realizado no Pacaembu.
A que se deve tamanho atrelamento das centrais, que não largam as tetas do Estado? Em primeiro lugar à vivacidade de Lula de ter permitido a elas a participação no butim do imposto sindical. Diga-se de passagem que, no seu nascedouro, a CUT e a Força pregavam o fim deste imposto. Mas hoje têm este imposto como uma importante fonte de renda, ao lado do acesso a outras benesses governamentais.
Outro componente para a cooptação foi a nomeação de sindicalistas para cargos públicos, particularmente nos fundos de pensão, onde a “companheirada” da CUT dá as cartas em muitos deles. Mas a turma da Força Sindical não tem do que se queixar, pois, no loteamento político do governo, Lula cedeu o Ministério do Trabalho ao PDT, que é o partido de Paulinho da Força. Para completar a domesticação, Lula faz concessões de cima para baixo, para que os sindicalistas mantenham suas bases sob controle.
É um expediente que Getúlio manipulou à exaustão e que Lula vem operando com sucesso. As centrais participam das “negociações” do salário mínimo e do aumento dos aposentados. O governo cede aqui e ali, nada de significativo. Em troca, o movimento sindical comporta-se como bom menino e faz o jogo sujo contra os adversários do lulo-petismo.
Nos estados onde o PSDB é governo, tome combatividade e radicalização de greves de funcionários. Já na esfera federal, tome peleguismo. Nada de inédito. Afinal de contas, o gangsterismo sindical de Chicago tinha também o seu lado “combativo”. Nas terras de Al Capone, "sindicalistas" promoviam greves selvagens, algumas delas com o interesse de quebrar uma empresa para beneficiar outra.
Este processo perverso de constituição de um sindicalismo chapa-branca – fenômeno tipo do corporativismo fascista e do “socialismo real” - tem sido motivo de preocupação por parte de especialistas e não é possível ainda saber onde ele pode desembocar.
Lêoncio Martins Rodrigues, em entrevista ao “Estadão”, mostra que a aproximação entre a CUT e a Força, outrora inimigos que iam às vias de fato nas eleições sindicais, não tem nada programático ou ideológico.
Segundo ele, a “forte distribuição proporcional dos recurso para elas (as centrais) e a ideia da recriação da Conclat fazem pensar num amplo movimento que poderia ir mais além da “simples” eleição de Dilma e que terminaria n a formação de uma só entidade sindical gigante. Lula, já fora da Presidência da Republica, seria o grande chefe, mais poderoso do que nunca, capaz de cortar qualquer pretensão de independência que sua candidata possa imaginar que teria, caso seja eleita. Seria uma espécie de Perón vindo das classes baixas.”
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