DEU EM O GLOBO
Em visita a Salvador, Serra se diz otimista com a possibilidade de a disputa ir para o segundo turno
Fábio Fabrini
SALVADOR. Em discurso na Câmara Municipal de Salvador, onde recebeu ontem o título de cidadão soteropolitano, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, criticou o PT e o presidente Lula e elogiou personalidades baianas, como o ex-senador e ex-governador Antônio Carlos Magalhães, já falecido. A princípio, Serra evitou comentar pesquisa Datafolha que indica a possibilidade de um segundo turno entre ele e a petista Dilma Rousseff. Mais tarde, acabou concordando em falar, e apostou no segundo turno, destacando seu desempenho em eleições passadas.
- Falta muito tempo ainda para a votação. Milhões e milhões de brasileiros farão a sua cabeça até domingo. Continuo trabalhando - afirmou Serra.
Depois de receber o título na Câmara Municipal, ele teve um encontro com o arcebispo de Salvador, Dom Geraldo Majella. Na saída, disse estar confiante num segundo turno, e confundiu a data do pleito:
- Acho que vamos ter segundo turno. Vamos ter uma batalha ainda até o fim de novembro. Eu não sei quando é a eleição.
Informado que o segundo turno é em outubro, continuou:
-- Ah é?! Achei que era 23, 24 (de novembro).
O tucano lembrou eleições das quais participou, como em 2002, quando se especulou um desfecho ainda no primeiro turno, o que não ocorreu:
- Nesta (sic) época, ninguém achava que eu iria para o segundo turno. Depois achavam que eu teria 30%, e eu tive quase 40%. Na eleição de prefeito achavam que a Marta (Suplicy, PT) ia ganhar no primeiro turno. Eu ganhei.
Serra disse que, apesar da perspectiva de segundo turno, sua tática não mudará.
- Vocês sempre acham que há grandes estratégias. É menos planejamento do que a imprensa imagina.
Questionado se será o principal beneficiário de uma possível onda verde, com crescimento da candidata Marina Silva (PV) nas pesquisas eleitorais, ele não quis falar a respeito.
- Não vou entrar neste tipo de análise. Se você estivesse no meu lugar compreenderia.
O tucano procurou dar destaques a propostas, como a recuperação do Porto de Salvador, o funcionamento do metrô da capital baiana e a criação de um milhão de vagas no ensino profissionalizante no Brasil.
A princípio irritado, Serra, mesmo perguntado várias vezes sobre a pesquisa, só decidiu falar quando questionado sobre sondagens que indicam empate com Marina em Salvador:
-- Não estou empatado. Já houve eleição? Quando é a eleição? O que diziam as pesquisas há duas semanas? E o que dizem hoje?
No discurso na Câmara Municipal, Serra citou o poeta Gregório de Matos, que viveu em Salvador no século XVII e era conhecido como "Boca do Inferno". O tucano fez alusão ao embate entre Lula e a imprensa.
- Como esquecer o grande poeta Gregório de Matos, que nenhuma censura conseguiu barrar. Afrontou os poderosos do seu tempo, exerceu com acidez a crítica política, pagou o preço de sua ousadia, mas deixou uma obra imortal. Desconfio que se Gregório vivesse ainda hoje, talvez alguns censores que andam por aí tentassem calá-lo.
Serra destacou a importância da Bahia em momentos históricos, como na transição para a democracia em 1985. E ressaltou a importância de Antônio Carlos Magalhães, que apoiou o regime militar, como um agente importante para a democracia:
- Sem o apoio da Bahia e a liderança naquele momento de Antônio Carlos, que fundou a Frente Liberal e ajudou a eleger Tancredo Neves, não teríamos um governo democrático nos últimos 25 anos. Lembremos que o PT foi contra este governo democrático.
Em visita a Salvador, Serra se diz otimista com a possibilidade de a disputa ir para o segundo turno
Fábio Fabrini
SALVADOR. Em discurso na Câmara Municipal de Salvador, onde recebeu ontem o título de cidadão soteropolitano, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, criticou o PT e o presidente Lula e elogiou personalidades baianas, como o ex-senador e ex-governador Antônio Carlos Magalhães, já falecido. A princípio, Serra evitou comentar pesquisa Datafolha que indica a possibilidade de um segundo turno entre ele e a petista Dilma Rousseff. Mais tarde, acabou concordando em falar, e apostou no segundo turno, destacando seu desempenho em eleições passadas.
- Falta muito tempo ainda para a votação. Milhões e milhões de brasileiros farão a sua cabeça até domingo. Continuo trabalhando - afirmou Serra.
Depois de receber o título na Câmara Municipal, ele teve um encontro com o arcebispo de Salvador, Dom Geraldo Majella. Na saída, disse estar confiante num segundo turno, e confundiu a data do pleito:
- Acho que vamos ter segundo turno. Vamos ter uma batalha ainda até o fim de novembro. Eu não sei quando é a eleição.
Informado que o segundo turno é em outubro, continuou:
-- Ah é?! Achei que era 23, 24 (de novembro).
O tucano lembrou eleições das quais participou, como em 2002, quando se especulou um desfecho ainda no primeiro turno, o que não ocorreu:
- Nesta (sic) época, ninguém achava que eu iria para o segundo turno. Depois achavam que eu teria 30%, e eu tive quase 40%. Na eleição de prefeito achavam que a Marta (Suplicy, PT) ia ganhar no primeiro turno. Eu ganhei.
Serra disse que, apesar da perspectiva de segundo turno, sua tática não mudará.
- Vocês sempre acham que há grandes estratégias. É menos planejamento do que a imprensa imagina.
Questionado se será o principal beneficiário de uma possível onda verde, com crescimento da candidata Marina Silva (PV) nas pesquisas eleitorais, ele não quis falar a respeito.
- Não vou entrar neste tipo de análise. Se você estivesse no meu lugar compreenderia.
O tucano procurou dar destaques a propostas, como a recuperação do Porto de Salvador, o funcionamento do metrô da capital baiana e a criação de um milhão de vagas no ensino profissionalizante no Brasil.
A princípio irritado, Serra, mesmo perguntado várias vezes sobre a pesquisa, só decidiu falar quando questionado sobre sondagens que indicam empate com Marina em Salvador:
-- Não estou empatado. Já houve eleição? Quando é a eleição? O que diziam as pesquisas há duas semanas? E o que dizem hoje?
No discurso na Câmara Municipal, Serra citou o poeta Gregório de Matos, que viveu em Salvador no século XVII e era conhecido como "Boca do Inferno". O tucano fez alusão ao embate entre Lula e a imprensa.
- Como esquecer o grande poeta Gregório de Matos, que nenhuma censura conseguiu barrar. Afrontou os poderosos do seu tempo, exerceu com acidez a crítica política, pagou o preço de sua ousadia, mas deixou uma obra imortal. Desconfio que se Gregório vivesse ainda hoje, talvez alguns censores que andam por aí tentassem calá-lo.
Serra destacou a importância da Bahia em momentos históricos, como na transição para a democracia em 1985. E ressaltou a importância de Antônio Carlos Magalhães, que apoiou o regime militar, como um agente importante para a democracia:
- Sem o apoio da Bahia e a liderança naquele momento de Antônio Carlos, que fundou a Frente Liberal e ajudou a eleger Tancredo Neves, não teríamos um governo democrático nos últimos 25 anos. Lembremos que o PT foi contra este governo democrático.
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