DEU NA FOLHA DE S. PAULO
A equipe de Dilma Rousseff (PT) avalia que a tática de atacar José Serra (PSDB) no debate da Bandeirantes foi um sucesso por tirar a candidata da defensiva. Para petistas, além de mostrar firmeza, Dilma colou no tucano a imagem de responsável por “baixarias” na campanha, inseriu na pauta as privatizações e mobilizou a militância.
Ataques foram "no limite do limite", avaliam dilmistas
Objetivo de petistas era ligar Serra à "baixaria do submundo da política"
Segundo QG petista, candidata corre riscos por agressividade, mas estratégia era a única saída para o momento
Valdo Cruz
A equipe de Dilma Rousseff (PT) avalia que a tática de atacar José Serra (PSDB) no debate da Bandeirantes foi um sucesso por tirar a candidata da defensiva. Para petistas, além de mostrar firmeza, Dilma colou no tucano a imagem de responsável por “baixarias” na campanha, inseriu na pauta as privatizações e mobilizou a militância.
Ataques foram "no limite do limite", avaliam dilmistas
Objetivo de petistas era ligar Serra à "baixaria do submundo da política"
Segundo QG petista, candidata corre riscos por agressividade, mas estratégia era a única saída para o momento
Valdo Cruz
DE BRASÍLIA - A equipe de Dilma Rousseff admite que ela extrapolou no tom agressivo em alguns momentos e ficou no "limite do limite" do aceitável, mas avalia que cumpriu os objetivos traçados para o debate da Band.
A campanha da petista avalia que ela atingiu três metas no debate: 1) colar em José Serra a imagem de responsável pela campanha de "baixaria do submundo da política"; 2) inserir na pauta da eleição temas como privatização de pré-sal e Petrobras e 3) mobilizar a militância.
O desempenho de Dilma foi considerado tão "satisfatório" que cenas do debate foram editadas às pressas pelo marqueteiro João Santana e ocuparam mais da metade do programas de TV de ontem da petista.
O próprio Serra também levou ao ar em seu programa ontem imagens do debate, para tentar colar na petista a imagem de "agressiva".
A expectativa agora é pelo resultado das pesquisas. A campanha petista sabe que entrou numa "zona de risco" ao atacar, mas avaliou que não tinha outro caminho.
Segundo um assessor de Dilma, é preciso trabalhar essa estratégia "com cautela" e não significa que ela será a "norma" da campanha.
A mudança de estratégia foi reforçada por pesquisa Datafolha mostrando queda na diferença entre Dilma e Serra para sete pontos. A própria candidata avaliou que precisava reagir, para expor o tucano e evitar uma desmobilização da militância.
Os petistas não concordam com a avaliação de que possa se repetir o que ocorreu com Geraldo Alckmin em 2006 -depois de atacar Lula num debate, o tucano caiu nas pesquisas.
Para um assessor de Dilma, são situações distintas. Primeiro, trata-se de uma mulher, que atacou para se defender de uma campanha contra ela. E Lula não revidou os ataques de Alckmin. Já Serra buscou contra-atacar Dilma no debate.
Nenhum dos grupos de pesquisas da equipe de Dilma para avaliar o debate classificou a petista como "ostensivamente agressiva", mas "firme e assertiva".
A edição levada ao ar ontem tem sete tópicos do debate, todos com ataques a Serra. Entre eles está a passagem em que Dilma atribui a Monica Serra, mulher do tucano, parte da responsabilidade pela "campanha de ódio" que associa a petista à legalização do aborto.
Segundo Dilma, Monica teria dito que ela é a favor da "morte de criancinhas".
A propaganda de Dilma no rádio seguiu a mudança de tom. Pela primeira vez, o programa foi dominado por ataques, afirmando que Serra não foi responsável pelo seguro-desemprego nem por introduzir os genéricos.
Para justificar o novo tom, um apresentador diz: "Fizemos de tudo pra não chegar a esse ponto. Agora, não dava mais, né? Por respeito a vocês, por respeito à verdade".
Colaborou a Reportagem Local
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