DEU EM O GLOBO
Estratégia de Dilma no debate de domingo foi orientada também por Lula
Adriana Vasconcellos e Gerson Camarotti
BRASÍLIA. A postura apresentada pela candidata petista, Dilma Rousseff, no debate da TV Bandeirantes, na noite de domingo, foi uma orientação do presidente Lula. Com isso, a mudança de comportamento da petista, abandonando o figurino “Dilminha paz e amor” do primeiro turno, marca uma nova correlação de forças no comando da campanha com a realização inesperada do segundo turno.
Perde força o comando de marketing liderado com autonomia até agora pelo publicitário João Santana. Diferentemente do primeiro turno, o marketing será subordinado às decisões estratégicas.
Em 7 de outubro, Lula discutiu mudanças na campanha com Dilma e a orientou a fazer ajustes em sua imagem, sendo mais espontânea.
Dentro dessa determinação é que a candidata assumiu o figurino “Dilma como ela é”, nas palavras de um petista.
A nova ordem de Lula foi reforçada pela influência de novos membros da coordenação política, principalmente o deputado e ex-ministro Ciro Gomes (PSB/CE).
Numa reunião com Dilma, Ciro foi direto ao afirmar que ela estava muito “engessada” e que neste momento ela deveria falar com mais naturalidade.
Outro que passou a ser mais ouvido nesta fase da campanha foi o deputado cassado José Dirceu.
Muito forte no partido, ele ganhou a tese de que era preciso que Dilma fosse para o ataque para reanimar a militância. Com isso, perdeu força o discurso moderado, defendido pelo deputado Antônio Palocci (PT-SP).
Ontem, numa reunião de coordenação de campanha, a avaliação era de que a participação de Dilma cumpriu três papéis: carimbou em Serra a responsabilidade pela “central de boatos”; resgatou a comparação com o governo FH ao retomar o debate sobre as privatizações; e deu um novo estímulo à militância.
Mesmo assim, segundo um coordenador, a postura mais agressiva pode ser suavizada.
Tudo dependerá das pesquisas quantitativas. Num primeiro momento, os grupos aprovaram o desempenho de Dilma.
Os tucanos viram no gesto de Dilma uma demonstração explícita de desespero de quem está querendo recuperar terreno na disputa. O deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA) salientou que a nova postura de Dilma confirma o que as pesquisas diárias encomendadas pela oposição (o chamado tracking) já estariam mostrando: que ela já teria perdido a dianteira da disputa para Serra.
— O debate foi ótimo para a gente. A postura de Dilma foi agressiva, ansiosa e dispersiva.
Ela se colocou como alguém que foi para o tudo ou nada.
Para o líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), a candidata petista dominou o debate ao impor os principais temas da noite: — O que Dilma fez foi desmascarar a baixaria, colocando nas cordas José Serra.
Estratégia de Dilma no debate de domingo foi orientada também por Lula
Adriana Vasconcellos e Gerson Camarotti
BRASÍLIA. A postura apresentada pela candidata petista, Dilma Rousseff, no debate da TV Bandeirantes, na noite de domingo, foi uma orientação do presidente Lula. Com isso, a mudança de comportamento da petista, abandonando o figurino “Dilminha paz e amor” do primeiro turno, marca uma nova correlação de forças no comando da campanha com a realização inesperada do segundo turno.
Perde força o comando de marketing liderado com autonomia até agora pelo publicitário João Santana. Diferentemente do primeiro turno, o marketing será subordinado às decisões estratégicas.
Em 7 de outubro, Lula discutiu mudanças na campanha com Dilma e a orientou a fazer ajustes em sua imagem, sendo mais espontânea.
Dentro dessa determinação é que a candidata assumiu o figurino “Dilma como ela é”, nas palavras de um petista.
A nova ordem de Lula foi reforçada pela influência de novos membros da coordenação política, principalmente o deputado e ex-ministro Ciro Gomes (PSB/CE).
Numa reunião com Dilma, Ciro foi direto ao afirmar que ela estava muito “engessada” e que neste momento ela deveria falar com mais naturalidade.
Outro que passou a ser mais ouvido nesta fase da campanha foi o deputado cassado José Dirceu.
Muito forte no partido, ele ganhou a tese de que era preciso que Dilma fosse para o ataque para reanimar a militância. Com isso, perdeu força o discurso moderado, defendido pelo deputado Antônio Palocci (PT-SP).
Ontem, numa reunião de coordenação de campanha, a avaliação era de que a participação de Dilma cumpriu três papéis: carimbou em Serra a responsabilidade pela “central de boatos”; resgatou a comparação com o governo FH ao retomar o debate sobre as privatizações; e deu um novo estímulo à militância.
Mesmo assim, segundo um coordenador, a postura mais agressiva pode ser suavizada.
Tudo dependerá das pesquisas quantitativas. Num primeiro momento, os grupos aprovaram o desempenho de Dilma.
Os tucanos viram no gesto de Dilma uma demonstração explícita de desespero de quem está querendo recuperar terreno na disputa. O deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA) salientou que a nova postura de Dilma confirma o que as pesquisas diárias encomendadas pela oposição (o chamado tracking) já estariam mostrando: que ela já teria perdido a dianteira da disputa para Serra.
— O debate foi ótimo para a gente. A postura de Dilma foi agressiva, ansiosa e dispersiva.
Ela se colocou como alguém que foi para o tudo ou nada.
Para o líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), a candidata petista dominou o debate ao impor os principais temas da noite: — O que Dilma fez foi desmascarar a baixaria, colocando nas cordas José Serra.
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