DEU EM O GLOBO
O primeiro dos sete acusados da morte de Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André, em 2002, foi condenado a 18 anos de prisão. Marcos Roberto Bispo dos Santos dirigia um carro usado no crime. Para a acusação, a morte foi tramada por um assessor de Daniel que desviava verba para fins pessoais e para a futura campanha de Lula.
Réu é condenado pela morte de Celso Daniel
Oito anos depois do crime, primeiro acusado é julgado e recebe pena de 18 anos de prisão; defesa promete recorrer
Sérgio Roxo
ITAPECERICA DA SERRA (SP). Primeiro réu a ser levado a julgamento pela morte do então prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), em 2002, Marcos Roberto Bispo dos Santos, o Marquinhos, foi condenado ontem a 18 anos de prisão, em Itapecerica da Serra, na Região Metropolitana de São Paulo. Os sete jurados aceitaram a tese do Ministério Público de que o assassinato foi cometido por encomenda de um ex-assessor do prefeito. O ex-assessor desviava dinheiro da prefeitura para a campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva daquele ano, o que elevou a pena do acusado. A defesa prometeu recorrer.
Marquinhos, que segundo a denúncia do MP dirigia um dos carros usados para capturar Daniel em São Paulo, no dia 18 de janeiro de 2002, não compareceu. Ele é considerado foragido da Justiça. O prefeito foi achado morto com oito tiros em Juquitiba, cidade vizinha a Itapecerica da Serra, dois dias depois.
Como os jurados aceitaram as duas qualificadoras para o crime - o pagamento pelo assassinato e a impossibilidade de defesa da vítima - a pena mínima era de 12 anos; mas o juiz Antonio Hristov disse que elevou a condenação devido à grande repercussão do caso e pelo fato de o prefeito ter ficado mais de 24 horas em cativeiro, antes de morrer.
- A vítima era uma pessoa eminente, cotada para ser ministro de Estado (no governo Lula) - disse o magistrado.
No julgamento, o promotor Francisco Cembranelli afirmou que o prefeito foi morto por encomenda de Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, seu assessor, para que não tomasse providências contra a ação de uma quadrilha que praticava crimes de corrupção contra a administração municipal petista.
Oito pessoas faziam parte da quadrilha
O primeiro dos sete acusados da morte de Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André, em 2002, foi condenado a 18 anos de prisão. Marcos Roberto Bispo dos Santos dirigia um carro usado no crime. Para a acusação, a morte foi tramada por um assessor de Daniel que desviava verba para fins pessoais e para a futura campanha de Lula.
Réu é condenado pela morte de Celso Daniel
Oito anos depois do crime, primeiro acusado é julgado e recebe pena de 18 anos de prisão; defesa promete recorrer
Sérgio Roxo
ITAPECERICA DA SERRA (SP). Primeiro réu a ser levado a julgamento pela morte do então prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), em 2002, Marcos Roberto Bispo dos Santos, o Marquinhos, foi condenado ontem a 18 anos de prisão, em Itapecerica da Serra, na Região Metropolitana de São Paulo. Os sete jurados aceitaram a tese do Ministério Público de que o assassinato foi cometido por encomenda de um ex-assessor do prefeito. O ex-assessor desviava dinheiro da prefeitura para a campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva daquele ano, o que elevou a pena do acusado. A defesa prometeu recorrer.
Marquinhos, que segundo a denúncia do MP dirigia um dos carros usados para capturar Daniel em São Paulo, no dia 18 de janeiro de 2002, não compareceu. Ele é considerado foragido da Justiça. O prefeito foi achado morto com oito tiros em Juquitiba, cidade vizinha a Itapecerica da Serra, dois dias depois.
Como os jurados aceitaram as duas qualificadoras para o crime - o pagamento pelo assassinato e a impossibilidade de defesa da vítima - a pena mínima era de 12 anos; mas o juiz Antonio Hristov disse que elevou a condenação devido à grande repercussão do caso e pelo fato de o prefeito ter ficado mais de 24 horas em cativeiro, antes de morrer.
- A vítima era uma pessoa eminente, cotada para ser ministro de Estado (no governo Lula) - disse o magistrado.
No julgamento, o promotor Francisco Cembranelli afirmou que o prefeito foi morto por encomenda de Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, seu assessor, para que não tomasse providências contra a ação de uma quadrilha que praticava crimes de corrupção contra a administração municipal petista.
Oito pessoas faziam parte da quadrilha
Para Cembranelli, os recursos arrecadados por meio de extorsão a fornecedores da prefeitura se destinavam a contas pessoais de envolvidos, entre eles Sombra, e ao PT, que buscava financiar a campanha presidencial, "de grande porte que se avizinhava", de Lula.
O promotor frisou que Daniel "tinha conhecimento do esquema". Nomeado coordenador da campanha de Lula, ele, segundo o promotor, incomodou-se ao perceber que "algumas pessoas não possuíam ideologia partidária nenhuma" e usavam o dinheiro arrecadado para enriquecer. De acordo com Cembranelli, quando passou a estudar medidas para coibir a ação da quadrilha, o prefeito se tornou um "obstáculo" e por isso foi "engendrada uma trama macabra para liquidá-lo".
Na versão narrada pelo Ministério Público, Sombra acionou uma quadrilha para executar o crime, da qual Marquinhos fazia parte, além de, pelo menos, mais sete pessoas. Dessas, uma era menor, outra foi morta na cadeia e os outras cinco ainda devem ser levadas a julgamento, assim como Sombra. Marquinhos foi julgado isoladamente ontem porque foi o único réu a não recorrer da sentença que o mandou a júri popular.
Cembranelli disse acreditar que a decisão de ontem pode ajudar nos demais julgamentos, previstos para acontecerem a partir de 2012:
- A versão do Ministério Público, que é a verdadeira, começou a ser apresentada hoje à sociedade e o seu acolhimento, com a consequente condenação do acusado Marcos Bispo, mostra que o caminho é esse mesmo.
Sombra nega participação no assassinato do prefeito
Sombra, que está em liberdade, nega participação no crime. Um observador do escritório de Roberto Podval, advogado do ex-assessor de Daniel, acompanhou o julgamento de ontem.
A defesa de Marquinhos afirmou em plenário que não havia provas contra ele, e que a confissão feita pelo réu no inquérito da Polícia Civil foi obtida mediante tortura. Em juízo, Marquinhos mudou sua versão e negou participação no caso. O advogado dele, Adriano Marreiro dos Santos, contestou a argumentação do Ministério Público de que a presença do então deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT) nos depoimentos policiais reforçaria as confissões. O defensor disse que o réu Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira, o Bozinho, acusou Grenhalgh de participar das sessões de tortura.
Marquinhos já passou quase oito anos na cadeia, mas foi solto, ao conseguir liberdade provisória na Justiça. O juiz Hristov informou que ele não foi encontrado para ser intimado sobre o julgamento no endereço fornecido, ao receber o benefício.
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