sexta-feira, 19 de novembro de 2010

OCDE quer fim de estímulos no Brasil

DEU EM O GLOBO

Entidade, preocupada com pressão inflacionária, prevê PIB de 7,5%

PARIS. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sugeriu que o Brasil suspenda os "estímulos fiscais o mais rápido possível" para evitar pressões inflacionárias. Segundo relatório divulgado ontem, a organização prevê que o país fechará o ano com um crescimento de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país), apesar da desaceleração da atividade econômica registrada a partir do segundo trimestre. A previsão anterior era de uma expansão de 6,5% do PIB este ano e de 4,3% em 2011, número que foi mantido agora.

A forte expansão econômica em 2010 se deve principalmente a estímulos governamentais, segundo a OCDE, que espera ainda um crescimento de 5% em 2012. Já quanto à inflação, a OCDE prevê que a taxa supere a meta de 4,5% nos próximos anos, com a retomada da atividade econômica e o fim dos efeitos da recente apreciação do real. O grupo prevê uma inflação de 5,6% este ano, 5,3% em 2011 e 5,1%, em 2012.

Apesar de a economia brasileira ter esfriado o ritmo após o primeiro trimestre, a OCDE espera que haverá uma retomada do crescimento, puxada pelo aumento da renda e a expansão do crédito, que sustentam o consumo interno. Além disso, projetos de infraestrutura devem trazer um estímulo a mais. Ao mesmo tempo, o Banco Central suspendeu o aperto monetário para evitar maior desvalorização do real. Isso agora deve ser melhor calibrado, sugere a OCDE para evitar risco inflacionário.

Para o resto do mundo, a OCDE manteve a projeção de crescimento de 4,6% em 2010, mas reduziu a projeção de 2011 de 4,5% para 4,2%. Os EUA devem crescer 2,7% este ano e não 3,2%, como previra antes. Os demais países desenvolvidos experimentarão expansões desiguais.

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