DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Presidente do partido mantém guerra com Kassab desde que alteração de ata de convenção tirou do prefeito poder de conduzir sucessão presidencial
Christiane Samarco / BRASÍLIA
A Executiva Nacional do DEM reúne-se hoje para discutir a sucessão antecipada do atual presidente nacional do partido, deputado Rodrigo Maia (RJ), em meio a uma guerra de bastidor pelo comando partidário entre o grupo de fundadores e a nova geração de dirigentes. No centro dessa disputa estão Maia e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que vivem às turras desde que a ata da convenção na qual o PFL foi rebatizado de DEM sofreu alteração.
A modificação do texto suprimiu o poder de Kassab de conduzir os interesses do partido na sucessão presidencial, na condição de presidente do Conselho Político do partido. Por conta disso, o prefeito e o deputado já bateram boca e, quando Kassab decidiu cobrar a alteração do texto de Maia, há cerca de um mês, por pouco os dois não trocaram socos. Para ficar no DEM ao menos até o fim de seu mandato na prefeitura, Kassab quer ver Maia fora da presidência o quanto antes.
O novo estatuto do partido, aprovado em convenção por orientação do então presidente da legenda Jorge Bornhausen, conferia ao presidente do Conselho Político a tarefa de negociar os interesses do partido na disputa ao Palácio do Planalto. Para garantir uma sucessão sem traumas, dividindo poder, Maia ficou com a presidência do DEM e Kassab à frente do conselho. Na versão do estatuto registrada em ata, porém, cabe ao presidente do partido, e não do conselho, conduzir o processo sucessório.
Solução. Em busca de uma saída para evitar a implosão do DEM, Bornhausen procurou o senador José Agripino (DEM-RN) na segunda-feira, com o apelo para que ele aceite suceder a Rodrigo Maia na presidência do partido. O mandato do deputado fluminense foi prorrogado até novembro do ano que vem, mas boa parte da Executiva Nacional do partido já entendeu que é preciso ajustar o calendário da legenda ao das eleições municipais e fazer a sucessão em maio.
A ideia é trocar o comando nacional do partido antes do fim do prazo para a filiação partidária dos candidatos, que se encerra um ano antes das eleições municipais de 2012. A proposta do grupo de Bornhausen é renovar os diretórios municipais em março, os estaduais em abril e o nacional em maio.
Os aliados de Maia acusam o grupo de Bornhausen de manobrar para encurtar seu mandato e argumentam que estão dando ao atual presidente do partido uma prorrogação de cinco meses para manter o calendário tradicional das convenções. Em abril, Rodrigo Maia completa quatro anos à frente do DEM e a prorrogação vigente pode esticar sua permanência até o fim de 2011.
Aécio. Ontem, o ex-governador de Minas e senador eleito Aécio Neves (PSDB) desembarcou em Brasília no papel de árbitro da disputa. De acordo com Aécio, o "DEM fortalecido e bem articulado com o PSDB é fundamental para a construção de um projeto de poder alternativo". O ex-governador é aliado, especialmente, de Maia - que o apoiou e defendeu sua escolha, e não a do tucano José Serra, como candidato da oposição para enfrentar a petista Dilma Rousseff na disputa presidencial. "Os embates para valer vamos ter contra nossos adversários", emendou o tucano.
Presidente do partido mantém guerra com Kassab desde que alteração de ata de convenção tirou do prefeito poder de conduzir sucessão presidencial
Christiane Samarco / BRASÍLIA
A Executiva Nacional do DEM reúne-se hoje para discutir a sucessão antecipada do atual presidente nacional do partido, deputado Rodrigo Maia (RJ), em meio a uma guerra de bastidor pelo comando partidário entre o grupo de fundadores e a nova geração de dirigentes. No centro dessa disputa estão Maia e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que vivem às turras desde que a ata da convenção na qual o PFL foi rebatizado de DEM sofreu alteração.
A modificação do texto suprimiu o poder de Kassab de conduzir os interesses do partido na sucessão presidencial, na condição de presidente do Conselho Político do partido. Por conta disso, o prefeito e o deputado já bateram boca e, quando Kassab decidiu cobrar a alteração do texto de Maia, há cerca de um mês, por pouco os dois não trocaram socos. Para ficar no DEM ao menos até o fim de seu mandato na prefeitura, Kassab quer ver Maia fora da presidência o quanto antes.
O novo estatuto do partido, aprovado em convenção por orientação do então presidente da legenda Jorge Bornhausen, conferia ao presidente do Conselho Político a tarefa de negociar os interesses do partido na disputa ao Palácio do Planalto. Para garantir uma sucessão sem traumas, dividindo poder, Maia ficou com a presidência do DEM e Kassab à frente do conselho. Na versão do estatuto registrada em ata, porém, cabe ao presidente do partido, e não do conselho, conduzir o processo sucessório.
Solução. Em busca de uma saída para evitar a implosão do DEM, Bornhausen procurou o senador José Agripino (DEM-RN) na segunda-feira, com o apelo para que ele aceite suceder a Rodrigo Maia na presidência do partido. O mandato do deputado fluminense foi prorrogado até novembro do ano que vem, mas boa parte da Executiva Nacional do partido já entendeu que é preciso ajustar o calendário da legenda ao das eleições municipais e fazer a sucessão em maio.
A ideia é trocar o comando nacional do partido antes do fim do prazo para a filiação partidária dos candidatos, que se encerra um ano antes das eleições municipais de 2012. A proposta do grupo de Bornhausen é renovar os diretórios municipais em março, os estaduais em abril e o nacional em maio.
Os aliados de Maia acusam o grupo de Bornhausen de manobrar para encurtar seu mandato e argumentam que estão dando ao atual presidente do partido uma prorrogação de cinco meses para manter o calendário tradicional das convenções. Em abril, Rodrigo Maia completa quatro anos à frente do DEM e a prorrogação vigente pode esticar sua permanência até o fim de 2011.
Aécio. Ontem, o ex-governador de Minas e senador eleito Aécio Neves (PSDB) desembarcou em Brasília no papel de árbitro da disputa. De acordo com Aécio, o "DEM fortalecido e bem articulado com o PSDB é fundamental para a construção de um projeto de poder alternativo". O ex-governador é aliado, especialmente, de Maia - que o apoiou e defendeu sua escolha, e não a do tucano José Serra, como candidato da oposição para enfrentar a petista Dilma Rousseff na disputa presidencial. "Os embates para valer vamos ter contra nossos adversários", emendou o tucano.
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