DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Sem tradição sindical, a presidente eleita garantiu o poder das entidades nos ministérios do Trabalho e Previdência
Marcelo Rehder
Assim como Lula, Dilma Rousseff foi eleita com apoio importante das centrais sindicais. Mas ainda não se sabe qual a profundidade de seus compromissos com essas entidades. Ela não teve uma vida sindical, diferentemente de Lula, que foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e um dos fundadores do Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do PT.
"A vida dela começou com uma organização de esquerda na luta contra a ditadura e depois, com a democratização do País, e enveredou por um caminho técnico de gestão pública na área de energia elétrica no Rio Grande do Sul", observa o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique.
O sindicalista lembra que, embora sem ter tido uma vida sindical, a presidente eleita passou oito anos no governo Lula e sabe a importância e o papel que os movimentos sociais tiveram nesse período. "Ela está convidando para fazer parte de seu governo pessoas que também são oriundas do movimento sindical", diz o sindicalista, citando o nome do futuro ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. Pouca gente sabe ou se recorda, mas Palocci foi presidente da CUT estadual em Ribeirão Preto.
Para Artur Henrique, há preconceito na visão de república sindicalista do governo Lula. "Como ex-sindicalista, é normal que ele tenha colocado um monte de sindicalistas para assumir postos no governo. Eu acharia estranho se ele convidasse, por exemplo, gente do PSDB."
No governo Dilma, os sindicatos ainda dominam os ministérios do Trabalho e da Previdência Social. "São duas áreas críticas, pois esses ministérios, principalmente o do Trabalho, estão legislando entre aspas por portarias", diz o especialista em relações do trabalho José Pastore.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, deputado reeleito pelo PDT, mesmo partido do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que foi confirmado no cargo, diz ter boa relação com a presidente eleita. "No caso da Força, é até melhor do que com o governo Lula."
Livre negociação. Não se sabe ao certo o que a presidente eleita fará na área trabalhista. Dilma rejeitou a reforma trabalhista durante a campanha. Mas se mostrou igualmente contra a redução da jornada de trabalho por força de lei. Ela disse acreditar na livre negociação para encurtar o tempo de trabalho. "As centrais sindicais ficaram frustradas. Mas certamente ela será a favor da ampliação da licença maternidade para 180 dias, que está pronta para ser votada no Congresso Nacional", afirma José Pastore.
Sem tradição sindical, a presidente eleita garantiu o poder das entidades nos ministérios do Trabalho e Previdência
Marcelo Rehder
Assim como Lula, Dilma Rousseff foi eleita com apoio importante das centrais sindicais. Mas ainda não se sabe qual a profundidade de seus compromissos com essas entidades. Ela não teve uma vida sindical, diferentemente de Lula, que foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e um dos fundadores do Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do PT.
"A vida dela começou com uma organização de esquerda na luta contra a ditadura e depois, com a democratização do País, e enveredou por um caminho técnico de gestão pública na área de energia elétrica no Rio Grande do Sul", observa o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique.
O sindicalista lembra que, embora sem ter tido uma vida sindical, a presidente eleita passou oito anos no governo Lula e sabe a importância e o papel que os movimentos sociais tiveram nesse período. "Ela está convidando para fazer parte de seu governo pessoas que também são oriundas do movimento sindical", diz o sindicalista, citando o nome do futuro ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. Pouca gente sabe ou se recorda, mas Palocci foi presidente da CUT estadual em Ribeirão Preto.
Para Artur Henrique, há preconceito na visão de república sindicalista do governo Lula. "Como ex-sindicalista, é normal que ele tenha colocado um monte de sindicalistas para assumir postos no governo. Eu acharia estranho se ele convidasse, por exemplo, gente do PSDB."
No governo Dilma, os sindicatos ainda dominam os ministérios do Trabalho e da Previdência Social. "São duas áreas críticas, pois esses ministérios, principalmente o do Trabalho, estão legislando entre aspas por portarias", diz o especialista em relações do trabalho José Pastore.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, deputado reeleito pelo PDT, mesmo partido do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que foi confirmado no cargo, diz ter boa relação com a presidente eleita. "No caso da Força, é até melhor do que com o governo Lula."
Livre negociação. Não se sabe ao certo o que a presidente eleita fará na área trabalhista. Dilma rejeitou a reforma trabalhista durante a campanha. Mas se mostrou igualmente contra a redução da jornada de trabalho por força de lei. Ela disse acreditar na livre negociação para encurtar o tempo de trabalho. "As centrais sindicais ficaram frustradas. Mas certamente ela será a favor da ampliação da licença maternidade para 180 dias, que está pronta para ser votada no Congresso Nacional", afirma José Pastore.
Nenhum comentário:
Postar um comentário