Nesta última semana de 2010, muitas coisas chegam ao fim. Não apenas um ano de intensa discussão sobre os destinos do Brasil, não só o fim da era Lula. Chega ao fim também uma etapa que marcou a transição do Brasil para a maioridade institucional.
Desde os danos deixados pela democracia incipiente da era Collor/Itamar, a era FHC começou a colocar a casa em ordem. A Constituinte de 1988 arquitetou o que o melhor da depuração política pós-ditadura poderia sonhar para nós.
Um país institucionalmente forte, politicamente diverso, socialmente justo e economicamente próspero. A era FHC procurou pavimentar o leito sobre o qual o país pudesse construir esse novo destino.
A era Lula,não só deu continuidade a esse trabalho como aprofundou o sentido da justiça social e levou o combate a pobreza a políticas de Estado. São inequívocas as conquistas "sociais" dos últimos anos se considerarmos inserção econômica, aumento de renda, emprego e poder de consumo.
No entanto, a obsessão por estabilidade econômica, crescimento do PIB e aumento real de renda não prepararam o Brasil para o futuro.
Gradativamente descobrimos que o tíquete de entrada para o jogo dos países que têm importância no mundo não garante um lugar nas numeradas. A tarefa é mais ampla se olharmos pelo retrovisor e gigantesca se olharmos para os próximos dez anos.
Pelo retrovisor veremos que PIB é só indicador econômico. Educação, saúde, segurança e qualidade das cidades foram deixados para trás.
Nas "n" listas que exibem o avanço das sociedades mundo afora, é raro ver o Brasil entre as 20 melhores. E mesmo as conquistas sociais empalidecem quando consideramos indicadores como Pisa, IDH e índice de Gini. Portanto, além do progresso econômico, temos pouco a exibir.
Assim, a era que se inicia é decisiva para o Brasil se tornar um país relevante. A começar por entender o que a economia de baixo carbono representará em geopolítica e oportunidades na próxima década.
Seguido pelo entendimento de que a prosperidade de um pais não pode ser considerada só pelo seu viés econômico.
Desenvolvimento deve ser pensado como uma equação que agrega desempenho econômico, qualidade de vida e sustentabilidade. Não é por acaso que o pensamento econômico contemporâneo busca alternativas para o PIB como medida de desenvolvimento.
O fim deste ciclo de preparação do Brasil para o futuro nos convoca para uma década de profunda coragem, determinação, competência, ousadia e desprendimento, para completarmos em 2020 a fase mais brilhante de nossa jornada. Aquela que marcará definitivamente o papel histórico do pais, sua responsabilidade no mundo e neste século.
Bom ano a todos.
Ricardo Young escreve às segundas-feiras nesta coluna.
Desde os danos deixados pela democracia incipiente da era Collor/Itamar, a era FHC começou a colocar a casa em ordem. A Constituinte de 1988 arquitetou o que o melhor da depuração política pós-ditadura poderia sonhar para nós.
Um país institucionalmente forte, politicamente diverso, socialmente justo e economicamente próspero. A era FHC procurou pavimentar o leito sobre o qual o país pudesse construir esse novo destino.
A era Lula,não só deu continuidade a esse trabalho como aprofundou o sentido da justiça social e levou o combate a pobreza a políticas de Estado. São inequívocas as conquistas "sociais" dos últimos anos se considerarmos inserção econômica, aumento de renda, emprego e poder de consumo.
No entanto, a obsessão por estabilidade econômica, crescimento do PIB e aumento real de renda não prepararam o Brasil para o futuro.
Gradativamente descobrimos que o tíquete de entrada para o jogo dos países que têm importância no mundo não garante um lugar nas numeradas. A tarefa é mais ampla se olharmos pelo retrovisor e gigantesca se olharmos para os próximos dez anos.
Pelo retrovisor veremos que PIB é só indicador econômico. Educação, saúde, segurança e qualidade das cidades foram deixados para trás.
Nas "n" listas que exibem o avanço das sociedades mundo afora, é raro ver o Brasil entre as 20 melhores. E mesmo as conquistas sociais empalidecem quando consideramos indicadores como Pisa, IDH e índice de Gini. Portanto, além do progresso econômico, temos pouco a exibir.
Assim, a era que se inicia é decisiva para o Brasil se tornar um país relevante. A começar por entender o que a economia de baixo carbono representará em geopolítica e oportunidades na próxima década.
Seguido pelo entendimento de que a prosperidade de um pais não pode ser considerada só pelo seu viés econômico.
Desenvolvimento deve ser pensado como uma equação que agrega desempenho econômico, qualidade de vida e sustentabilidade. Não é por acaso que o pensamento econômico contemporâneo busca alternativas para o PIB como medida de desenvolvimento.
O fim deste ciclo de preparação do Brasil para o futuro nos convoca para uma década de profunda coragem, determinação, competência, ousadia e desprendimento, para completarmos em 2020 a fase mais brilhante de nossa jornada. Aquela que marcará definitivamente o papel histórico do pais, sua responsabilidade no mundo e neste século.
Bom ano a todos.
Ricardo Young escreve às segundas-feiras nesta coluna.
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