A reforma política, que mobilizou o Congresso no primeiro semestre, poderá não sair do papel este ano. O provável sepultamento da proposta foi admitido por um de seus principais entusiastas, o vice-presidente Michel Temer.
Durante palestra sobre o tema, Temer disse ontem que se o Congresso não aprová-la este ano será porque os parlamentares simplesmente chegaram à conclusão de que o atual sistema não deve ser mudado.
– Eu sinto um certo arrefecimento, ou seja, começam a surgir dificuldades para tramitar a reforma política, então os colegas dizem: ‘vamos deixar como está’. E se deixar como está, não acho bom. Como todos anseiam por uma reforma política, seria útil que se fizesse, mas se deixar como está, não se pode criticar o Congresso – afirmou.
Em seus 45 minutos de palestra, Temer explicou as propostas em discussão no Congresso e a dificuldade de se chegar a um consenso.
– Não é fácil, mas eu farei todo o esforço, embora seja uma tarefa do Congresso, para que haja a votação. Acho que ela pode vir, ainda que parceladamente – disse.
Vice-presidente critica postura da classe política
Temer lembrou que o assunto é defendido pelos candidatos durante o período eleitoral, mas a bandeira geralmente é abandonada após a eleição.
– Reforma política é o que mais se fala nas eleições e se esquece após as eleições – criticou.
Ele defendeu o voto majoritário (onde são eleitos os mais votados), fidelidade partidária e sugeriu a possibilidade de implantação do voto distrital em nível municipal para avaliar o sistema.
– A lista fechada não é coisa ruim, mas é intransitável no Congresso – pontuou.
Temer reclamou também que o sistema atual leva ao “clientelismo”, fazendo com que os deputados trabalhem para aprovar emendas e levar obras para sua região, garantindo assim a sua reeleição.
– Temos de retirá-los dessa pressão, desse clientelismo – afirmou.
FONTE: ZERO HORA (RS)
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