Bobeou, dançou. Os governistas bobearam, Palocci dançou e foi convocado a depor na Comissão de Agricultura da Câmara sobre o faturamento estonteante de sua empresa de um funcionário só e o seu "boom imobiliário". O custo para reverter a decisão é alto para líderes e governo. Sempre é melhor prevenir do que remediar...
Por que a Comissão de Agricultura? Porque um dos clientes da consultoria do ministro era da área do agronegócio. Ah, bom! Esse detalhe já mostra o quanto o DEM foi esperto e os governistas, bobinhos. Se é que não se fingiram deliberadamente de bobinhos...
O PT, o PMDB e os demais governistas têm uma maioria recorde no Senado, na Câmara e na própria Comissão de Agricultura. Logo, a convocação de Palocci demonstrou descoordenação, desarticulação e desconfiança da base aliada quanto à lisura do ministro, com o risco de fazer o caminho contrário: depois da derrota na comissão, também na Câmara e enfim no Senado.
É aí, no Senado, que mora o principal perigo, com oposição mais atuante, dissidência do PMDB mais clara e governistas querendo mais do que um silêncio sepulcral sobre R$ 20 milhões pra cá, apartamento de R$ 6,6 milhões pra lá.
Começou com Ana Amélia (PP-RS) pedindo o afastamento do ministro até que tudo fique em pratos limpos. Depois, a informação de que Gleisi Hoffmann (PT-PR) estava indo na mesma linha em reuniões fechadas do partido e de governo.
Registrem-se o recolhimento petista e a guinada no discurso oficial. Antes, tudo era mero "jogo político". Agora, diz-se que é uma "questão pessoal" de Palocci -não do governo, muito menos do PT. Soa ou não soa como lavar as mãos?
O momento é de tensão, enquanto Dilma e seu vice, Temer, ganham uns quilos a mais, de almoço em almoço, jantar em jantar. Essas coisas até ajudam quando preventivas. Com o fogo alto, pode ser tarde para evitar incêndios. E frituras.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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