“Na época de Fernando Henrique Cardoso comecei a notar que o voluntariado aparecia, em textos oficiais, como uma vertente laica importante para o desenvolvimento. Se antes já eram visíveis, desses tempos em diante, os organismos não estatais de voluntariado proliferaram incessantemente com variados fins e sob as mais diversas formas e dimensões. O grupo sobre o qual dirigi o interesse foi o das entidades nucleadas em torno do tema agrário, lembrando-me, neste caso, da mobilização, geralmente nas grandes cidades, que a esquerda militante dos anos 1950-60 articulava em solidariedade às organizações que, no mundo rural, lutavam pela reforma agrária. Agora, na catástrofe da região Serrana do Rio de Janeiro, vê-se o ativismo de um voluntariado espontâneo à frente da corajosa batalha pelo resgate e ajuda às vitímas em colaboração com os grupos da Defesa Civil, Bombeiros e militares. Pelos relatos minuciosos transmitidos pelas rádios, chama a atenção o caráter interindividual e às vezes muito pequeno dos membros desse voluntariado em ação nos piores momentos da tragédia, menos equipados que os õrgãos oficiais, no entanto, vivíssimos a indicar sua grande fonte de energia.”
Raimundo Santos, professor de UFRRJ,cf. A importância do voluntariado
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