O PSDB fez um encontro para discutir o seu rumo. O fato marcante foi a boutade de FHC ao parodiar Barack Obama, dizendo ser a favor do slogan "yes, we care".
Para quem precisa de votos, um trocadilho em inglês talvez não seja o mais adequado. Mas mesmo em português foi difícil extrair do evento algo novo e que possa dar ao maior partido de oposição a chave para voltar ao poder central.
Aécio Neves falou sobre um "choque de profissionalismo da gestão pública". Para José Serra, o governo petista de Dilma Rousseff está recheado de "factoides e salamaleques". Economistas ligados ao PSDB , Gustavo Franco e Armínio Fraga defenderam uma queda na taxa de juros. Pérsio Arida propôs o fim dos juros subsidiados oferecidos pelo governo a empresas privadas.
Li e ouvi vários relatos sobre esse encontro dos tucanos anteontem no Rio. Em nenhum momento identifiquei algo que evoque a renovação pretendida pelo partido. Qual será a política de atuação em redes sociais na internet? É um mistério. Há algum projeto de encontros regionais, no mundo real, com eleitores interessados em ouvir as críticas ao governo do PT? Não se sabe.
Falar mal do governo é um dos papéis da oposição. Em parte, essa missão vem sendo cumprida pelos tucanos. Um relatório sobre o que e quem fala a respeito do Brasil na mídia internacional mostra Armínio Fraga citado 19 vezes em publicações da área financeira de julho de 2010 a junho deste ano. Só em cinco dessas menções ele apontou aspectos positivos do país.
O problema, portanto, não está no campo das palavras. O PSDB senta a pua no governo, mas ressente-se de inserção na sociedade real. É raro ver alguém torcendo pelo partido -da forma como fazem os seguidores do PT. Tal desconexão é mortal.
Pior. Não há sinal de os tucanos terem a menor ideia do que fazer para alterar tal cenário.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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