sábado, 18 de fevereiro de 2012

Tucano pede ao PSDB 'tempo para reflexão'

Ex-governador teria feito o mesmo pedido ao prefeito e pensará, na folia, se abre mão de projeto nacional e disputa a Prefeitura de SP

Alberto Bombig, Gustavo Uribe

O ex-governador José Serra pediu aos tucanos um tempo para pensar sobre sua eventual candidatura a prefeito de São Paulo neste ano, mas está inclinado a rever sua posição de não concorrer nas urnas e aceitar o desafio proposto pelo partido. Serra transmitiu o mesmo recado ao prefeito Gilberto Kassab (PSD) nesta semana, o que o levou a paralisar as negociações com o PT em torno da candidatura de Fernando Haddad (PT).

O prazo pedido por Serra incluiria os quatro dias do carnaval. Ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), Serra afirmou que ainda não conseguiu sepultar totalmente o sonho de uma nova tentativa de chegar ao Palácio do Planalto, em 2014.

O ex-governador sabe que, uma vez eleito novamente prefeito ou derrotado nas urnas, será praticamente impossível ser candidato a presidente pelo PSDB em 2014. Ele próprio afirmou a Alckmin que uma manobra como a de 2004, quando deixou a Prefeitura sem concluir o mandato, é impossível de ser repetida, e uma derrota para novatos como Haddad ou Gabriel Chalita (PMDB) seria acachapante para manter seu cacife eleitoral.

Portanto, o âmago de sua decisão nos próximos dias é abandonar de uma vez por todas a ideia de ser candidato a presidente em 2014 pelo PSDB. No mês passado, Serra chegou a reunir seu grupo político para informar que não pretendia ser candidato a prefeito novamente.

Porém, a pressão aumentou sobre ele após Kassab ter se aproximado do PT, e neste carnaval, a exemplo do que fez em 2006, Serra deverá deixar a capital paulista em busca de "um espaço para reflexão", nas palavras de um dos dirigentes do PSDB com quem ele conversou. Segundo sua assessoria de imprensa, o destino do governador, a exemplo do político, ainda era incerto.

Conforme apurou o Estado, a agenda de Serra ainda está voltada a um "projeto nacional", que previa visitas às folias de Pernambuco e da Bahia.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

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