sábado, 18 de fevereiro de 2012

Greve para petroquímica por maior participação dos lucros

Petroquímica Suape parada

Operários da Odebrecht paralisaram a obra por tempo indeterminado. Sindicato diz que empresa errou no pagamento de PLR

Operários da Odebrecht Engenharia Industrial que trabalham na obra da PetroquímicaSuape entraram em greve, ontem, por tempo indeterminado. A decisão de paralisar a construção ocorreu após a realização de uma assembleia no canteiro de obras do empreendimento, no Complexo de Suape. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores na Construção Pesada de Pernambuco (Sintepav-PE), o que motivou a paralisação foram erros no pagamento do programa de participação nos lucros e resultados (PLR).

Patrões e empregados divergem sobre o número de funcionários da construção. Enquanto o Sindicato contabiliza 10 mil, a Odebrecht afirma que são 6 mil entre próprios e subcontratados. Durante o Carnaval, os trabalhadores seriam distribuídos por escala para manter a obra em operação de hoje até a terça-feira e na Quarta-feira de Cinzas o expediente seria normal, mas o Sintepav adianta que uma nova assembleia só será realizada na quinta-feira após o Carnaval.

A greve foi iniciada por 800 trabalhadores do setor de montagem industrial e depois ganhou adesão dos outros operários. Segundo o Sintepav, os funcionários reivindicam o pagamento de 150 horas do PRL, mas a empresa só admitia remunerar 130 horas. “E agora só voltaremos se a empresa pagar 220 horas para todos, que é o cálculo correto”, diz o presidente do sindicato, Aldo Amaral.

Em comunicado enviado à imprensa, por meio de sua assessoria de comunicação, a Odebrecht Engenharia Industrial “reafirma que cumpre todas as cláusulas estabelecidas na convenção coletiva de trabalho, firmada entre o Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon) e o Sintepav/PE em setembro de 2011, inclusive as que regem o pagamento do PLR”.

A nota diz, ainda, que “por solicitação do sindicato e comissão dos trabalhadores, a empresa ofereceu, antes do início da paralisação, um bônus por desempenho para todos os trabalhadores da produção. Apesar do fracasso das negociações com o sindicato, o bônus será pago, junto com o PLR, na próxima sexta-feira (24)”.

“Tentamos fazer uma negociação tranquila, mas os representantes da Odebrecht destrataram os trabalhadores utilizando palavras impublicáveis. Os ânimos se acirraram e os funcionários decidiram parar. A empresa precisa aprender a tratar os trabalhadores com respeito”, afirma Amaral. Sem acordo, a empresa disponibilizou os ônibus para levar os operários de volta para casa.

A Odebrecht não informou qual será o prejuízo financeiro da paralisação, mas é será inevitável o prejuízo operacional. As três fábricas do complexo petroquímico, orçado em R$ 4 bilhões, deveriam ter sido entregues no final do ano passado. Com o atraso no cronograma das obras, a nova previsão é para o final do primeiro semestre deste ano.

HISTÓRICO

Em março do ano passado, 34 mil trabalhadores da Refinaria Abreu e Lima e da PetroquímicaSuape entraram em greve com uma extensa pauta de reivindicações. A maior parte dos pleitos era a equiparação dos trabalhadores de Suape ao de outras obras da Petrobras no País. A paralisação foi um marco na história do trabalho em Pernambuco e em Suape, inclusive com incidentes de violência. Um trabalhador foi baleado e os operários incendiaram um alojamento da Odebrecht em Pontezinha, no Cabo de Santo Agostinho, gerando um prejuízo de R$ 9,5 milhões para a empresa.

FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)

2 comentários:

Anônimo disse...

SUBCONTRATADO ODEBRECHT

Hoje, sábado (18/02/2012) nós subcontratados fomos obrigados a trabalhar na obra da PTA da PETROQUÍMICA... as empresas nos informaram que caso não viéssemos trabalhar seríamos colocados pra fora da empresa... e caso tivesse alguma paralização deveríamos resistir do contrário também seríamos punidos com demissão. Ajude-nos... queremos nos solidarizar a ação, mas estamos de mãos atadas e amordaçados por ameaças!
A mesma ordem recebemos para os dias 20,21 e 22 de fevereiro de 2012 (segunda, terça e quarta feira)... caso não formos trabalhar seremos colocados pra fora! Nossas condições de alojamento também são precárias, os banheiros químicos, refeitório e a alimentação são quesitos de risco eminente de fonte de doenças e a passarela balança a todo instante... Todos subcontratados passamos pela passarela e comemos no refeitório, mas a cúpula e privilegiados da ODEBRECHT tem acesso diferenciado e refeições externas, sem falar que as humilhações que passamos nas atividades com os chefões da ODEBRECHET e demais lideranças são as piores possíveis... Não somos tratados como iguais!

Anônimo disse...

Hoje, sábado (18/02/2012) nós subcontratados fomos obrigados a trabalhar na obra da PTA da PETROQUÍMICA... as empresas nos informaram que caso não viéssemos trabalhar seríamos colocados pra fora da empresa... e caso tivesse alguma paralização deveríamos resistir do contrário também seríamos punidos com demissão. Ajude-nos... queremos nos solidarizar a ação, mas estamos de mãos atadas e amordaçados por ameaças!
A mesma ordem recebemos para os dias 20,21 e 22 de fevereiro de 2012 (segunda, terça e quarta feira)... caso não formos trabalhar seremos colocados pra fora! Nossas condições de alojamento também são precárias, os banheiros químicos, refeitório e a alimentação são quesitos de risco eminente de fonte de doenças e a passarela balança a todo instante... Todos subcontratados passamos pela passarela e comemos no refeitório, mas a cúpula e privilegiados da ODEBRECHT tem acesso diferenciado e refeições externas, sem falar que as humilhações que passamos nas atividades com os chefões da ODEBRECHET e demais lideranças são as piores possíveis... Não somos tratados como iguais!