Carlos Lordelo, Sérgio Pompeu e Paulo Saldaña
Duas universidades aderiram à paralisação dos professores universitários, que atinge 53 instituições de ensino
Depois de 25 dias de uma paralisação que cresce a cada dia, a cúpula do Ministério do Planejamento reuniu-se ontem com o comando de greve das instituições federais de ensino superior. O governo tenta pôr fim ao movimento que ganhou novo fôlego ontem: mais duas universidades aderiram à greve, que atinge agora 53 instituições.
Cabe à pasta a definição do plano de carreira dos docentes federais, principal reivindicação dos grevistas. O encontro com integrantes do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) começou às 17 horas no ministério. Até as 20 horas ainda não havia informações sobre a conversa.
A greve é vista como sem justificativa no Ministério da Educação (MEC). A categoria recebeu aumento salarial de 4%. O ministro Aloizio Mercadante argumenta que há prazo legal para que essa negociação seja concluída, já que o orçamento de 2013, que irá custear as mudanças, só será fechado em 31 de agosto.
Apesar disso, o governo está atento ao movimento. O Palácio do Planalto teme que a greve dos professores se espalhe por todo o funcionalismo público e abra uma crise em ano de eleições. A ministra Miriam Belchior, que não participou do encontro de ontem, tem sido criticada pela falta de habilidade nas negociações com os docentes e com outra categoria que ameaçava cruzar os braços, os médicos.
Em razão da reunião em Brasília, professores e alunos das federais de São Paulo que estão de braços cruzados fizeram protesto em frente a Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa), no centro. "Somos contra ao fato de a carreira ser debatida no Ministério do Planejamento e não na Educação, com esse conceito que olha só para o orçamento", afirma a vice-presidente da associação dos docentes da Federal de São Paulo (Unifesp), Soraya Smaili.
Quase mil pessoas participaram do protesto, segundo os organizadores. A UFABC também está em greve.
Ontem, a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira (Unilab) decidiram pela greve. Já são 49 universidades federais em greve, de um total de 59. As outras instituições são centro de educação tecnológica e institutos.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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