Alfredo Junqueira
RIO - Enquanto os governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), prestam depoimento na CPI do Cachoeira, o do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB) - poupado pela comissão - vai receber um inédito empréstimo do Banco do Brasil (BB) para investir em 14 obras de mobilidade e infraestrutura. Com valor total de R$ 3,6 bilhões, o contrato será assinado hoje em solenidade com a presidente Dilma Rousseff.
Amigo íntimo de Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, empresa que está no epicentro da investigação da CPI por causa de suas ligações com o contraventor Carlinhos Cachoeira, Cabral enfrenta a pior crise de seu governo desde que foram divulgadas fotos de viagens que fez com o empresário a Paris e Montecarlo.
Desde que a CPI votou contra a sua convocação, há duas semanas, Cabral vem tentando retomar a rotina. Voltou a ter agendas públicas, a falar com a imprensa e até a demonstrar uma fisionomia mais animada.
A solenidade de assinatura do contrato de empréstimo com o BB é o primeiro grande evento que o governador protagoniza desde que foi poupado pela comissão. A primeira parcela dos recursos será no valor de R$ 865 milhões e será liberada logo após a assinatura.
As verbas serão usadas para obras nas linhas 3 (Niterói-São Gonçalo) e 4 (zona sul-Barra da Tijuca) do Metrô, no Arco Metropolitano, na aquisição de barcas para travessia Rio-Niterói, obras na região serrana, contenção de encostas e barragens na região norte e noroeste, urbanização de comunidades na capital e na região metropolitana, além de projetos relacionados à Copa do Mundo de 2014 e aos Jogos Olímpicos de 2016 - como a recuperação das lagoas de Barra da Tijuca e Jacarepaguá e o Canal da Joatinga, entre outros.
"A gente estava com dificuldade para captar esse dinheiro para investimento. Chegamos ao limite no Banco Mundial e no Banco Interamericano de Desenvolvimento. O contrato com o Banco do Brasil foi fechado em 113 dias, que é muito mais rápido do que a média", disse o vice-governador Luiz Fernando Pezão.
Sobre o fato da linha de crédito sair em ano eleitoral e em meio a pior crise já enfrentada por Cabral, o vice-governador nega que tenha havido qualquer interferência política. "Esse empréstimo começou a ser negociado antes de qualquer CPI. Além disso, as transferências aos municípios ficam muito limitadas a partir do dia 5 de julho. Não tem nada a ver", disse Pezão.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
Nenhum comentário:
Postar um comentário