Auditoria nos contratos atuais com a Delta, porém, ainda não foi concluída
Cássio Bruno
Embora ainda não tenha concluído a sindicância aberta há quase dois meses para auditar contratos da Delta Construções, o governo do Rio anunciou ontem que vai seguir a decisão da Controladoria Geral da União (CGU), que declarou a inidoneidade da empreiteira. Com isso, a Delta não participará mais de licitações e de novos contratos no estado. Só em 2011, a empresa recebeu do governo do estado R$ 358,5 milhões, dos quais R$ 72,7 milhões (20%) sem passar por concorrência pública. Este ano, já foram empenhados R$ 138,4 milhões.
- Vamos acompanhar (a decisão da CGU) e impedir que novos contratos sejam feitos. A medida tomada pela Controladoria foi baseada em fatos apurados em nível nacional. Além disso, esses fatos são objeto de uma CPI e provados pela Polícia Federal. É fato que ela (a Delta) atuou no Centro-Oeste e que ficou caracterizada a inidoneidade - disse o chefe da Casa Civil, Régis Fichtner.
A sindicância para investigar os contratos da Delta no Estado do Rio foi aberta em 16 de abril deste ano, mas até agora nenhum resultado foi divulgado pelo governador Sérgio Cabral.
- Ainda estamos analisando (os contratos) - disse Fichtner, responsável pela comissão que faz a sindicância.
No Estado do Rio, a Delta deixou o consórcio responsável pelas obras de reforma do Maracanã. Mas a empresa ainda está à frente das obras de recuperação da Região Serrana e de parte do Arco Metropolitano, entre outros projetos.
A Delta é alvo da CPI que investiga as atividades do contraventor Carlinhos Cachoeira. Amigo de Cabral, Fernando Cavendish, ex-presidente da Delta, afastou-se da direção da empreiteira depois das denúncias de participação da construtora no esquema de Cachoeira. A CPI rejeitou a convocação do governador para depor. Desde 2007, a Delta possui no estado cerca de R$ 1,5 bilhão em contratos.
Cabral, Cavendish e o próprio Fichtner aparecem juntos em fotografias feitas em Paris, em 2009. As imagens, onde também aparecem secretários estaduais, foram divulgadas em abril pelo deputado federal Anthony Garotinho, ex-governador e ex-aliado de Cabral.
FONTE: O GLOBO
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