Vera Rosa
BRASÍLIA - Três dias depois de boicotar o lançamento da candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo, a senadora Marta Suplicy (SP) reapareceu ontem em Brasília, mas fez questão de manter o silêncio.
"Não vou falar, minhas queridas", disse ela a repórteres, jogando beijos, após presidir sessão do Senado. O isolamento de Marta dentro do PT e a ausência na campanha de Haddad provocaram rumores sobre sua saída do partido. Há quem diga até mesmo que a senadora já conversa sobre a mudança com o PMDB. Ela nega.
Apesar de definir como "provocação" o telefone sem fio instalado no próprio PT sobre seu destino político, Marta não move uma palha para se reaproximar dos antigos companheiros. Além disso, aponta os erros do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, na sua avaliação, resultaram na perda de aliados.
"Ela está queimando todas as caravelas dentro do PT", disse ao Estado um ex-auxiliar de Marta. Antes poderoso, o grupo da senadora e ex-prefeita se esfacelou. O maior amigo de Marta no PT é o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci, que não frequenta as reuniões partidárias.
O presidente do PT, Rui Falcão, foi escalado por Lula para conversar com ela. Embora dirigentes do PT estejam furiosos com Marta, Falcão acha que é possível convencê-la, aos poucos, a entrar na campanha e pediu a petistas que parem de lavar roupa suja em público.
Vice. Sem o apoio de Marta e do PR, Haddad corre para anunciar a aliança com o PSB e o PC do B. Os mais cotados para vice em sua chapa, hoje, são do PSB: o secretário do Ministério da Educação, César Callegari, e a deputada Luiza Erundina. O vereador Chico Macena (PT) será o tesoureiro da campanha.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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