A cada eleição municipal, jornalistas gastamos hectolitros de tinta e toneladas de papel escre vendo sobre a influência dessas disputas locais na futura sucessão presidencial. Algum impacto haverá, é claro. Mas 2014 continuará um bom tempo com mais pontos de interrogação do que certezas.
A imprevisibilidade é historicamente grande. Em 1987, dois anos antes da eleição presidencial de 1989, o nome mais forte para o Planalto era o de Ulysses Guimarães (1916-1992), do PMDB. Ficou num humilhante sétimo lugar. Em 1992, Fernando Henrique Cardoso não tinha a menor ideia de seu possível sucesso em 1994. O tucano achava que não se reelegeria nem senador.
Esses dois exemplos ilustram a dificuldade quase intransponível de vaticinar hoje como se dará a sucessão presidencial de 2014.
Em eleições não tão antigas, o peso da cidade de São Paulo também foi superestimado. Em 1996, o candidato a prefeito pelo PSDB era o então ministro do Planejamento,
José Serra. Ele não passou ao segundo turno. Ainda assim, os tucanos ganharam em 1998 mais quatro anos para FHC no Planalto.
Deu-se algo semelhante em 2004. O então presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofreu um revés paulistano. A prefeita da cidade era a petista Marta Suplicy, que tentava se reeleger. Perdeu para o tucano José Serra. Dois anos depois, o efeito dessa disputa no plano nacional foi pequeno. O PT ganhou em 2006 mais um mandato para Lula no Planalto.
É evidente que, se o petista Fernando Haddad vencer em São Paulo, será ótimo para a presidente Dilma Rousseff tentar a reeleição em 2014. Mas mesmo que venha uma derrota, o impacto é limitado.
Em Belo Horizonte, se o tucano Aécio Neves emplacar a reeleição do prefeito Márcio Lacerda, também será bom para o PSDB. Só que um fracasso não será o fim do mundo.
Tudo somado, 2014 só em 2014.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
Nenhum comentário:
Postar um comentário