Petista escolhe a periferia para "esquentar motores" da campanha e tucano sai em busca do eleitor que oscila entre PT e PSDB
Bruno Lupion, Bruno Boghossian
Em sua estreia eleitoral, o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, deu início à campanha com uma agenda cautelosa, concentrada em redutos petistas no extremo leste ou sul da capital. Já o veterano José Serra (PSDB) apostou na chamada "área volátil", na fronteira entre o centro expandido, tradicionalmente tucano, e a periferia, onde predomina o eleitorado petista.
A escolha dos bairros periféricos para esquentar os motores da campanha de Haddad foi deliberada pelo núcleo de sua equipe, em busca de uma recepção mais calorosa da população. O candidato é desconhecido pela maioria dos paulistanos e ainda se habitua ao corpo a corpo com eleitores.
"Escolhemos visitar as regiões onde ficam os maiores diretórios do PT, onde há mais mobilização e agitação", disse o deputado estadual Simão Pedro, coordenador da agenda do petista.
Na TV. Em todos os eventos públicos, Haddad é acompanhado por militantes e uma equipe de vídeo que grava imagens para o programa eleitoral gratuito, que vai ao ar a partir de 21 de agosto.
Desde o dia 6, quando teve início a campanha oficial, Haddad visitou quatro distritos eleitorais onde Dilma obteve mais votos do que Serra no segundo turno das eleições presidenciais de 2010: São Miguel Paulista e São Mateus, no extremo leste da capital, e Cidade Dutra e Campo Limpo, na zona sul. E esteve em apenas duas regiões que deram vitória ao tucano: Parque São Lucas, na zona leste, e Sé, no centro. Segundo Simão Pedro, nas próximas semanas o petista deverá visitar áreas mais centrais.
No limite. No QG tucano, a ordem para o início da campanha foi buscar novos eleitores nos distritos que oscilaram entre o PT e o PSDB nas eleições de 2008 e 2010. "Buscamos as áreas voláteis, nas quais podemos conquistar um novo eleitorado, e contemplamos diferentes regiões e segmentos da sociedade", resume o coordenador da campanha, Edson Aparecido.
Serra esteve em regiões como Ermelino Matarazzo, Jaraguá, Vila Sônia e Ipiranga, e deu prioridade a áreas beneficiadas por obras iniciadas ou concluídas quando ele esteve à frente do município e do governo do Estado. O objetivo é atrelar as imagens de obras a Serra e Kassab, comparando as realizações com as da gestão Marta Suplicy (PT).
Essa é a segunda fase da campanha tucana. Nos últimos meses, Serra havia restringido suas participações ao centro expandido, para consolidar a candidatura em regiões onde a votação dos tucanos é mais alta.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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