Já pedetista sobe o tom das críticas para conquistar eleitores
Luiz Gustavo Schmitt
Credenciado por um capital político de dois milhões de votos nas eleições do
Rio, o prefeito Eduardo Paes vai cruzar hoje a Baía de Guanabara para fazer
campanha com o candidato a prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PT). A
estratégia de Paes é retribuir o apoio do governador Sérgio Cabral em sua
reeleição e ajudar a fortalecer o PMDB e seus aliados no segundo turno.
Paes também já fez gravações para programas eleitorais, assim como de spots
para carros de som, de todos os candidatos que terão o apoio de sua legenda em
cidades consideradas estratégicas, como Niterói e São Gonçalo, onde o prefeito
fará campanha para Adolpho Konder (PDT).
Junto a Rodrigo Neves, Paes participará do evento "Pacto
Niterói-Rio", num hotel no Gragoatá, na Zona Sul de Niterói. Lá, deve ser
firmado um compromisso para que ambos trabalhem em parceria por ações que
beneficiem as duas cidades.
Discurso de união
Assim como Paes fez no Rio, ao pregar a união entre prefeitura, estado e
União, a campanha do candidato petista procura colar sua imagem a um conceito
de aliança com todos os entes federativos. Ao aparecer ontem pela primeira vez
no programa de TV de Rodrigo, Paes centrou seu discurso nas palavras
"união" e "diálogo".
- Ele (Rodrigo) vai levar para Niterói esse mesmo espírito de diálogo e
parceria que a gente conseguiu implantar no Rio. Foi por causa desse diálogo,
dessa união com o governador Sérgio Cabral e com a presidenta Dilma, que a
gente conseguiu avançar tanto - disse Paes no programa.
Enquanto Rodrigo tem centrado sua campanha no peso de caciques políticos,
como Cabral, Paes, o senador Lindbergh Farias e o ministro Marcelo Crivella, o
seu adversário Felipe Peixoto decidiu imprimir um tom agressivo no segundo
turno de sua campanha.
Mensalão na campanha
A principal arma do pedetista é associar o adversário ao escândalo do
mensalão. Em seu programa eleitoral exibido ontem, Peixoto exibiu uma moeda com
duas faces, cuja imagem de um lado era de Rodrigo e de outro de José Dirceu,
condenado pelo Supremo Tribunal Federal por corrupção ativa. De acordo com o
pedetista, Rodrigo é da mesma corrente política de Dirceu.
- Niterói vai dizer não ao mensalão - disparou Peixoto, que tem laços
estreitos com Cabral, de quem foi secretário de Abastecimento e Pesca.
De acordo com a coordenação de campanha de Peixoto, outro alvo de seus
ataques é a gestão do PT na prefeitura, no período de 2002 a 2008, quando o
petista Godofredo Pinto era prefeito.
- Nossas propostas são de um governo ético. Não queremos retomar um modelo
administrativo que deu prejuízos à cidade - diz Peixoto.
Fonte: O Globo
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