O depoimento em que o publicitário Duda Mendonça deu à Comissão
Parlamentar de Inquérito dos Correios, sustentando que tivera de abrir uma
conta nas Bahamas para receber os pagamentos pelos serviços prestados à
campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, em 2002, não
estava previsto.
Mas Duda, que havia deposto na Polícia Federal e contado detalhes de como
recebia seu pagamento via Marcos Valério Fernandes de Souza, resolveu ir até
o Congresso para ver como estava o depoimento de sua sócia, Zilmar Fernandes,
à CPI. Foi convidado a depor naquele momento e aceitou.
Junto com Zilmar, confessou ter recebido no exterior e que o dinheiro era
proveniente de caixa 2. O depoimento ocorreu no dia 12 de agosto e pegou o
então presidente Lula de surpresa.
Valério. Até então o publicitário negara ter recebido dinheiro do empresário
Marcos Valério, apontado como o operador do mensalão. Mas, diante da CPI dos
Correios reunida, admitiu a participação do empresário e do então tesoureiro
do PT Delúbio Soares no pagamento de seus serviços.
Ele insistiu, no entanto, que seu trabalho para as campanhas políticas do PT
e de Lula foram legais. Disse que só tinha aceitado o pagamento proveniente de
caixa 2 porque não havia outra alternativa para receber o dinheiro referente à
dívida do partido pelas campanhas.
Na abertura de seu depoimento, Duda chorou muito. Disse aos parlamentares
da CPI que nunca tinha falado nada das dívidas com o presidente. Afirmou ainda
que Lula era o presidente de seus sonhos. A confissão do publicitário serviu de
munição para a oposição, que chegou a falar em impeachment do então
presidente.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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