A única conclusão até agora na troca de cotoveladas de governistas pela vaga
de vice em 2014 é que a turma está considerando a candidatura Dilma fortíssima.
Tudo o mais são especulações, já que o vice Michel Temer tem sido muito
eficiente ao proteger os interesses eleitorais de Dilma e Lula. Temer e seu
PMDB não morrem de amores pelo PT, mas são imbatíveis para perceber com quem
está e estará o poder. E sabem se defender.
Na eleição de Belo Horizonte, Temer, acionado por Dilma, retirou em 24 horas
a candidatura própria do PMDB para apoiar o petista Patrus Ananias, que, vale
lembrar, nem chegou ao segundo turno.
Em São Paulo, Temer correu para Dilma e para Lula e, no primeiro minuto, já
jogou Gabriel Chalita no colo do petista Fernando Haddad, agora na dianteira do
segundo turno.
Temer sabe o parceiro de governo que tem, sabe os muitos aliados que o
Planalto tem (particularmente o ascendente PSB) e sabe, mais do que ninguém, o
partido que ele próprio tem. Não descuida da retaguarda, muito menos no PMDB.
Não bastasse o governador Eduardo Campos (PE), ele agora tem de cuidar muito
da ousadia do PMDB do Rio, ou seja, do governador Sérgio Cabral e do prefeito
Eduardo Paes.
Eduardo, o Campos, esfregou derrotas feias na cara de Lula e do PT em BH e
em Recife no primeiro turno e tem planos ambiciosos para o futuro, seja para
vice, seja para presidente. Está sondando o terreno, acomodando-se ao cenário,
sentindo a barra.
Já o outro Eduardo, o Paes, não lançou o nome de Cabral para vice de Dilma
só para fazer uma gracinha. Aí tem. Cabral e Paes, campeão de votos no país,
dominam o Rio, ponta importante no tripé que manda no país, política e
economicamente.
A ameaça à posição de Temer, assim, vem de dentro do bloco governista e não
de fora, da oposição -onde tem muitos amigos, aliás. Do tempo em que a oposição
era governo.
Fonte: Folha de S. Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário