Débora Bergamasco
BRASÍLIA - O PMDB nacional enquadrou ontem a movimentação da legenda
capitaneada pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, de lançar o nome do governador
Sergio Cabral como vice de Dilma Rousseff na eventual campanha de 2014 pela
reeleição. Cabral foi constrangido a ligar para o vice-presidente Michel Temer
e para o presidente do Senado, José Sarney, para desmentir a operação. O
presidente do partido Valdir Raupp contou que também recebeu ligação de Cabral
dizendo que não concorda com a posição de Paes, que “lançou” o nome da Cabral
como candidato a vice de Dilma num evento em São Paulo no domingo, Na ligação
de ontem, o governador do Rio disse que Temer é seu candidato. A Raupp, Cabral
afirmou que não deixará o comando de seu Estado para ajudar a cacifar seu
vice-governador, Pezão, que disputará o governo no próximo pleito.
Sobre as declarações de Paes, Raupp amenizou: “Liguei para o Paes, está tudo
bem. Acho que ele disse tudo isso porque estava no calor da vitória da eleição
municipal”. Indagado se faltará espaço a Cabral depois que deixar o posto de
governador, Raupp negou: “Ele é um nome fortíssimo para disputar a Presidência
em 2018”. Sobre qual será seu papel no intervalo de quatro anos, o senador
licenciado respondeu: “Podemos negociar um ministério importante para tocar
nesse tempo.”
O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) também reagiu às declarações de
Paes. “É um absurdo. É mais fácil o PMDB sair da aliança (com o PT) do que
mudarmos o vice”. Para Cunha, pegou muito mal dentro do partido as palavras do
prefeito do Rio. “Foram desastrosas e a repercussão interna foi péssima, muito
negativa. Só mostrou o quanto ele foi imaturo e despreparado.”
Fonte: O Estado de S. Paulo
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