Presidentes de Câmara e Senado defendem Lula, "patrimônio do país"
Isabel Braga, Cristiane Jungblut e Fernanda Krakovics
BRASÍLIA - Numa reação orquestrada para desqualificar o último depoimento dado ao Ministério Público pelo operador do mensalão Marcos Valério, líderes aliados e os presidentes da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e do Senado, José Sarney, foram veementes ontem ao defender o ex-presidente Lula. A base aliada se mobilizou para evitar a aprovação de um convite para que Valério fale no Congresso.
- Não li. Se ele (depoimento) existiu, é uma profunda inverdade. A pessoa que disse isso não tem autoridade para falar do presidente Lula, um patrimônio do país - disse Sarney.
Maia afirmou que as afirmações de Valério são desequilibradas. E criticou a oposição:
- Não acredito nisso. Representa mais jus sperneandi do Marcos Valério. Não é algo que mereça crédito, consideração, não merece sequer investigação do Ministério Público. Deve ser mandada para o arquivo. É um exagero propor isso (o depoimento na Câmara). Dar ouvido a esse cidadão é dar ouvido a um criminoso.
Em tom mais duro, o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), chamou Valério de delinquente e disse que Lula é "uma pessoa de ficha limpa, reconhecida no Brasil e internacionalmente" por seu governo.
- Quem faz um tipo de depoimento desses, depois de anos, é por desespero. Não vamos trazer um delinquente para vir falar. Ele tem que estar preocupado com as condições dos presídios. O presidente Lula é uma pessoa respeitada no Brasil e lá fora, é patrimônio do povo brasileiro - disse Tatto.
Líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), também exaltou o legado de Lula:
- Assistimos todos estupefatos às declarações atribuídas a Marcos Valério, que, lamentavelmente, saca acusações sem nenhuma prova, credibilidade nem fato concreto, atacando a imagem, a reputação e a conduta do político Luiz Inácio Lula da Silva.
Citado como beneficiário do mensalão no depoimento de Valério ao Ministério Público, o senador Humberto Costa (PT-PE) divulgou nota refutando "qualquer tentativa de envolvimento do seu nome com qualquer irregularidade que seja".
O senador Jorge Viana (PT-AC) disse que estão querendo fazer o "mensalão 3" e cobrou a investigação do mensalão do PSDB de Minas:
- Gostaria que o Marcos Valério falasse da origem do mensalão, o do PSDB, do qual, lamentavelmente, alguns companheiros do PT resolveram fazer uma cópia malfeita.
Fonte: O Globo
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