Depois de o tucano afirmar que o socialista precisa decidir se é governo ou oposição, Eduardo devolve a provocação, dizendo estar "mais tranquilo" que o senador
Débora Duque
GRAVATÁ - Em nova troca pública de provocações com o senador Aécio Neves (PSDB), o governador Eduardo Campos (PSB) rebateu ontem as declarações feitas pelo tucano de que sua possível candidatura presidencial seria uma "costela" do projeto petista. Em entrevista ao jornal Estado de S.Paulo, Aécio ironizou os posicionamentos dúbios do socialista, que ora se comporta como aliado do PT e ora como adversário, dizendo, pela segunda vez, que Eduardo está no "divã" para definir se é governo ou oposição.
"Ele sabe que eu estou mais tranquilo do que ele está. Se eu preciso de um divã, ele precisa de dois", retrucou o governador, sorrindo. Aécio tem enfrentado críticas dos próprios aliados, que consideram a sua atuação bastante discreta para quem alimenta o sonho presidenciável.
Ao mesmo tempo em que respondeu as declarações do tucano, Eduardo voltou a condenar o que chamou de "velho debate político", numa referência indireta à polarização entre o PT e o PSDB. Disse, também, que a esquerda "errou" ao criticar, nos anos 90, o Plano Real que, de acordo com ele, "ajudou a controlar a inflação". "Podemos ter críticas ao governo FHC, mas não podemos dizer que estávamos certos que dizíamos que o Real ia ser um fiasco. Ali, a esquerda brasileira errou", disse.
Questionado sobre a visita que o ex-presidente Lula (PT) fará na próxima semana a Fortaleza, com o objetivo de articular o apoio do PSB, por meio do governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), Eduardo atacou, novamente, a "antecipação do debate eleitoral". Sinalizou, mais uma vez, que as articulações políticas para disputa presidencial dependem do desempenho econômico do País neste ano. "Não vale nada falar sobre 2014 se a gente perder o ano de 2013. Vai mudar tudo", disse o governador.
Portas abertas
Os rumores de que a ministra do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) Eliane Calmon estaria a caminho do PSB não foram confirmados pelo governador Eduardo Campos. Mesmo de forma evasiva, ele não escondeu a existência de articulações no partido para atrair a ex-presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e lançá-la candidata ao governo da Bahia. "Se um dia ela resolver largar a magistratura e entrar na política, ela sabe que o PSB está de portas abertas. Sei que muitos amigos do PSB já falaram isso a ela", desconversou o governador, que é presidente nacional do PSB.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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