Para senador mineiro, ação do governo no Congresso foi 'truculenta' e 'casuística'
Paulo Peixoto, Márcio Falcão e Felipe Seligman
BELO HORIZONTE, BRASÍLIA - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) fez coro ontem com o governador Eduardo Campos (PSB-PE) ao chamar de "casuística" a ação do governo no Congresso para inibir novos partidos.
Aécio e Campos são pré-candidatos a presidente. O mineiro é opositor do governo, e o pernambucano, embora ainda esteja na base de apoio da presidente Dilma Rousseff, procura cada vez mais se desgarrar dela.
Projeto aprovado na Câmara nesta semana, sob pressão do Planalto, limita o acesso de novas siglas ao fundo partidário e ao tempo de propaganda no rádio e na TV. A proposta seguiu para o Senado.
"Poucas vezes se viu o governo agir de forma tão casuística, tão dura no processo legislativo", disse Aécio.
Campos havia expressado a mesma opinião. "É um casuísmo lamentável", disse.
Aécio vai defender no Congresso o direito da Rede Sustentabilidade, legenda que a também pré-candidata Marina Silva tenta criar. Eles devem conversar em breve.
Outro novo partido, a MD (Mobilização Democrática), resultado da fusão do PPS com o PMN, tende a se distanciar do PSDB. O deputado Roberto Freire, que deve presidir a nova sigla, já disse que a legenda pode apoiar Campos.
Aécio diz que não se sente prejudicado porque quanto mais a oposição se fortalecer, mais se sentirá "fortalecido".
Além de querer se aliar a Campos, a direção da MD quer ter em seus quadros o ex-governador José Serra (PSDB-SP), desafeto de Aécio.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tenta convencer Serra a ficar no PSDB.
Ontem, Aécio elogiou Serra dizendo que ele é "uma figura extremamente importante para as oposições" e que espera que ele fique no PSDB.
Articulador de outra nova legenda, o deputado Paulinho da Força (PDT-SP) entrou ontem com um pedido para que o STF considere a medida ilegal. Ele argumenta que não foram respeitadas questões regimentais.
Fonte: Folha de S. Paulo
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