Ex-presidente nega que tenha feito intervenção para evitar saída do paulista
Isabella Lacerda
Ao lado do pré-candidato do PSDB à Presidência da República em 2014, senador mineiro Aécio Neves, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) declarou, ontem, que não existe ninguém "mais bem-preparado no país" do que o ex-governador de São Paulo, José Serra. No entanto, ressaltou que "a questão eleitoral é um pouco diferente" e que o companheiro de partido precisa "dar tempo ao tempo" em relação à pressão para se candidatar, de novo, ao Palácio do Planalto.
"Acho que o Serra tem realismo político suficiente para sentir o momento", afirmou Fernando Henrique, que, ontem, proferiu palestra em Belo Horizonte.
O nome do ex-governador de São Paulo foi um dos mais lembrados durante o encontro entre Fernando Henrique e Aécio. Serra tem sido considerado um dos principais entraves para a candidatura do senador mineiro no ano que vem. Justamente devido às rusgas partidárias, ele estaria planejando, já há algum tempo, trocar de legenda. O alvo seria o recém-criado MD (Mobilização Democrática), fruto da fusão do PPS com o PMN.
Ontem, FHC negou que tenha entrado em campo para tentar demover Serra da tentação de deixar os tucanos. "Eu não me reuni com ele. Não houve uma conversa, mas eu não preciso demovê-lo de nada, porque ele nunca disse que ia se mover", garantiu.
Aécio Neves saiu em defesa da permanência do tucano. "O Serra é uma figura, hoje, extremamente importante para as oposições no Brasil. Uma figura que extrapola os limites do próprio PSDB. E o PSDB estará sempre de portas abertas", disse. "Da nossa parte, a nossa vontade é que ele esteja ao nosso lado", salientou.
O senador ressaltou que conversou com Serra e que ele não cogitou deixar o PSDB. "Nos falamos mais uma vez por telefone. Em nenhum momento, ele demonstrou qualquer intenção de deixar de ser um companheiro dentro do PSDB", garantiu Aécio, que também destacou a vontade de receber o apoio do MD ao seu projeto à Presidência.
Ataques. O ex-governador de Minas não poupou a presidente Dilma Rousseff e o governo federal de críticas. O tucano acusou Dilma de seguir caminhos que não são próprios de uma presidente. "Ela tem buscado encaixar, na agenda do PT, alguns eventos de pouco significado", disse.
Na mesma linha, FHC afirmou que "há uma fadiga no país". "Chega uma hora em que não dá mais. Está tudo atravancado. Nada anda no Brasil. Está na hora de buscar uma proposta nova".
Fonte: O Tempo (MG)
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