sábado, 18 de maio de 2013

Tucanos querem aliança nacional para apoiar Miro

Acordo garantiria palanque para Aécio no Rio; PSDB estuda até abrir mão de candidaturas

Caciques do PSDB condicionaram o apoio à candidatura do deputado federal Miro Teixeira (PDT) a governador do Rio a uma aliança nacional que garanta palanque ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato a presidente. Para os tucanos, não interessa apenas uma coligação regional, já que a prioridade é a eleição presidencial de 2014. Em troca, o PSDB abriria mão de lançar nomes em pelo menos três estados, além do Distrito Federal, onde apoiaria o nome do deputado federal Antônio Reguffe ao governo.

Enquanto tucanos e pedetistas buscam acordo, os dois candidatos negociam por fora. Miro e Aécio se encontraram esta semana. Segundo o pedetista, que disputará a convenção caso não seja escolhido nas prévias, seu partido está disposto a conversar sobre apoios nacionais e Aécio caminha muito próximo à legenda.

- Embora haja uma aproximação com Aécio, isso não impede de conversarmos com outros amigos, como Marina Silva e o governador Eduardo Campos (PSB), além de estudarmos a candidatura própria. Vamos avaliar os nomes dos senadores Cristovam Buarque (DF) e Pedro Taques (MT) - disse Miro. - Vamos discutir cenários no congresso do partido. O interessante é que o PDT chegue a uma definição muito antes das convenções.

Ex-pedetistas abrigados no PSDB

O PSDB e o PDT no Rio possuem forte ligação. Parte do ninho tucano é formado por ex-pedetistas, que migraram após desentendimentos com o ex-presidente e fundador do PDT, Leonel Brizola. Segundo Miro, a convivência entre tucanos e pedetistas é harmoniosa.

A candidatura de Miro cresce no PDT e une grupos rivais, como o do presidente nacional do partido, Carlos Lupi, e os herdeiros políticos de Brizola, afastados da direção da legenda.

- A candidatura própria é bem-vinda, principalmente se aglutinar partidos. O nome do deputado Miro é forte e tem todas as condições favoráveis para uma eleição. Ele também pode representar um resgate das origens do partido, já que atuou ao lado de Brizola - diz a deputada estadual do Rio Grande do Sul, Juliana Brizola, neta do ex-governador do Rio.

O PT também tem assediado Miro.

- Acredito que o PDT caminhe para uma candidatura própria, mas temos mantido diálogo com eles. É mais provável que os pedetistas, em caso de aliança, se unam a uma candidatura de centro-esquerda, e não tucana - diz o presidente estadual do PT, Jorge Florêncio.

Em caso de recusa do PDT, os tucanos do Rio estudam duas outras hipóteses: lançar um nome sem histórico na política ou optar por um tucano com mandato. Assim, Aécio teria palanque. A possibilidade de aliança com o DEM, que deverá lançar o vereador e ex-prefeito do Rio Cesar Maia ao estado, é apontada como remota e distante por alguns tucanos.

Presidente municipal do PSDB no Rio, o deputado federal Otavio Leite defende uma aliança nacional e não regional:

- Nos interessa ter um palanque para o senador Aécio. As outras candidaturas apoiam a presidente Dilma - Lindbergh Farias (PT), Luiz Fernando Pezão (PMDB) e Anthony Garotinho (PR). Conversaremos sobre os outros estados, em favor da aliança. Parte do PSDB do Rio tem o DNA no PDT, estamos próximos

Fonte: O Globo

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