Por Fernando Taquari
SÃO PAULO - O ex-governador José Serra (PSDB) aos poucos deixa para trás o período de submersão a que se submeteu depois da derrota na eleição para Prefeitura de São Paulo em 2012. A maior exposição do tucano coincide com o aumento das especulações em torno do seu nome para a disputa pela Presidência em 2014. Ontem, o PSDB-SP chamou a imprensa para acompanhar sua visita à Associação Médica Brasileira (AMB), onde aderiu à campanha "Saúde Mais 10", que coleta assinaturas para proposta de iniciativa popular que obriga a União a vincular 10% da receita federal bruta com a saúde. O montante representará um acréscimo de até R$ 30 bilhões para o setor, conforme a entidade.
De acordo com a AMB, duas mil assinaturas já foram coletadas. A proposta será encaminhada ao Congresso na semana que vem e o tucano se colocou à disposição para defender o documento junto a parlamentares. A iniciativa mostra o interesse de Serra em manter-se em evidencia no momento em que crescem os rumores sobre suas movimentações para concorrer em 2014, pelo PSDB ou outro partido. Na AMB, no entanto, o ex-governador evitou responder perguntas sobre política partidária e eleitoral.
Ex-ministro da Saúde, Serra não poupou o governo federal de críticas. De acordo com o tucano, o governo Dilma Rousseff reagiu de forma midiática ao apresentar o programa Mais Médicos. "Criaram uma cortina de fumaça. Querem satanizar os médicos e responsabilizá-los pelo caos na saúde", disse, ressaltando que o problema da falta de profissionais está relacionado com a má distribuição regional.
O tucano também acusou o governo de terceirizar a Estados e municípios atribuições da União. Como exemplo, lembrou que, em 2002, na administração de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o governo federal arcava com 53% das despesas totais da saúde. Hoje, segundo Serra, o montante recuou para 44%. "A saúde precisa de mais recursos federais". Além disso, acusou Dilma de lotear órgãos como a Anvisa e a Funasa. "Instituições públicas não podem ser objeto de troca-troca".
Nesta semana, o tucano viu reduzir suas possibilidades de concorrer à Presidência com o fim das negociações entre PMN e PPS para criar o MD. A fusão abriria uma brecha para parlamentares migrarem para a nova sigla. Com uma bancada mais robusta, teria melhores condições de disputar, já que o tempo de televisão entre os candidatos e distribuído com base na bancada da Câmara.
Fonte: Valor Econômico
Nenhum comentário:
Postar um comentário