Pedro Venceslau
No momento em que articula seu futuro político dentro ou fora do PSDB, o ex-governador José Serra se aliou à classe médica para reforçar a artilharia contra a presidente Dilma Rousseff.
Depois de uma reunião ontem em São Paulo com dirigentes da Associação Médica Brasileira (AMB), ele assinou um projeto de lei complementar de iniciativa popular da entidade que estabelece a destinação de 10% da receita corrente bruta da União para a saúde federal. Hoje, a vinculação corresponde ao valor do exercício anterior mais 1 correção nominal do PIB.
Convidado pelos médicos, Serra, que é ex-ministro da Saúde, prometeu ir na semana que vem ao Congresso participar da solenidade de entrega das assinaturas. A entidade diz que já recolheu dois milhões de rubricas, 500 mil a mais que o exigido para que projeto tramite na Câmara. Enquanto Serra e os dirigentes médicos criticavam Dilma, uma manifestação de médicos bloqueava uma das pistas da avenida Paulista. "Não é possível que o setor da saúde seja objeto de troca-troca político para a obtenção de benefícios", disse o ex-governador. Ele classificou como "abominável" a tentativa do governo de "satanizar" a classe médica e disparou contra o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. aO ministro da Educação devia cuidar da educação, coisa que não está fazendo."
O discurso pró-médicos vem sendo repetido nas últimas semanas pelo tucano. Ontem, Serra também disse que a Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) foram degradadas na última década.
Quando questionado se deixará o PSDB, ele apenas sorriu. Sobre realização de prévias para definir o candidato do partido à Presidência, disse que é muito cedo para tratar do assunto. Na próxima segunda-feira, o tucano se reunirá com o deputado Duarte Nogueira, presidente do PSDB de São Paulo, para discutir seu futuro político. No dia seguinte, todos os presidentes estaduais do PSDB se reunião com Aécio Neves.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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